BRASÍLIA (Reuters) – O desmatamento da floresta amazônica aumentou ligeiramente em setembro em relação ao ano anterior, mostraram dados preliminares de satélite nesta sexta-feira, pouco depois de o vice-presidente Hamilton Mourão ter comemorado uma redução registrada em números anteriores.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostraram que cerca de 985 quilômetros quadrados de floresta foram desmatados no mês passado, 2% a mais do que em setembro de 2020.

De janeiro a setembro, o desmatamento caiu menos de 1%, para cerca de 7.011 quilômetros quadrados, uma área quase nove vezes o tamanho da cidade de Nova York.

Em pronunciamento na III Cúpula Presidencial pela Amazônia, nesta sexta, Mourão usou dados anteriores para argumentar que o governo federal está combatendo o desmatamento com sucesso.

O vice-presidente mencionou dados preliminares que mostram que o desmatamento caiu 5% entre agosto de 2020 e julho de 2021, na comparação com igual período anterior, e destacou uma melhora em agosto no comparativo com o mesmo mês do ano passado.

O presidente Jair Bolsonaro tem sido duramente criticado por ativistas ambientais e alguns líderes mundiais pelo aumento do desmatamento durante seu mandato a um nível não visto em mais de uma década.

Seus apelos por mais agricultura e mineração na Amazônia têm encorajado madeireiros ilegais e invasores de terras protegidas.

Em uma cúpula do Dia da Terra na Casa Branca e novamente na Assembleia-Geral da ONU no mês passado, Bolsonaro prometeu acabar com o desmatamento ilegal no Brasil até 2030.

(Por Ricardo Brito em Brasília e Stephen Eisenhammer em São Paulo)

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