O boletim da “Desigualdade nas Metrópoles”, conduzido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) em conjunto com outros parceiros, mostrou que a desigualdade de renda aumentou nas metrópoles brasileiras durante a pandemia da covid-19, com todos os segmentos econômicos sofrendo algum tipo de queda no rendimento. Somente os mais ricos tiveram aumento na renda mensal.

Esse estudo considera a renda individual média domiciliar e retirou do cálculo rendas que tenham sido complementadas pelo auxílio emergencial, ou pelo Bolsa Família. Na média das 22 regiões metropolitanas, os 40% mais pobres perderam 32,1% da renda, os 50% na faixa intermediária perderam 5,6% e os 10% mais ricos perderam apenas 3,2% da renda, segundo o jornal Folha de SP.

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Mesmo que a pandemia tenha afetado em algum modo a renda dos mais ricos, em 9 regiões metropolitanas, como Manaus, Belém, Rio de Janeiro e Florianópolis, eles ficaram ainda mais ricos.

As capitais que mais sofreram com a pandemia foram Salvador, com uma queda de 57,4% na renda entre os mais pobres; João Pessoa, com queda de 50,6%; Rio de Janeiro, com perda de 47,6%; Teresina, com queda de 44,2% da renda.

Na ponta positiva, os mais ricos de Florianópolis aumentaram a renda em 24,2%, seguidos pelos de Manaus, com 19,9% a mais no saldo do mês e Belém, com 13,1%. Mas como nem tudo são flores, os mais ricos de Maceió tiveram queda de 27,2% na renda mensal, a maior apontada no estudo.

No Rio de Janeiro, onde a variação para os mais pobres foi uma das maiores do País (47,6%), os mais ricos tiveram aumento de 8,7% na renda, igualmente uma das maiores do estudo, agora no outro extremo.

O estudo também contou com a parceria do Observatório das Metrópoles e Observatório da Dívida Social na América Latina (RedODSAL).