O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite deste domingo, 22, que a crise de emprego originada pela paralisação de boa parte da atividade econômica nos Estados é “muito pior do que o próprio coronavírus vem causando no Brasil e pode causar ainda”. “Mais importante que a economia é a vida. Mas nós não podemos extrapolar na dose. Com o desemprego aí, a catástrofe será maior”, declarou o presidente ao programa Domingo Espetacular, da Record TV.

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Na entrevista, Bolsonaro chamou “parte” dos governadores de “verdadeiros exterminadores de emprego”, em uma crítica às medidas de restrição de movimento e fechamento de comércios tomada por alguns chefes de Executivos estaduais, como João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ). E, dirigindo-se aos mesmos alvos, pediu: “Não exterminem empregos, senhores governadores, sejam responsáveis.”

Segundo o presidente, “a grande mídia” e governadores estão “de olho” na sua cadeira e querem tirá-lo do poder “de qualquer maneira”. “Se puder antecipar minha saída, eles farão isso daí. Mas da minha parte não terão oportunidade disso.”

Questionado sobre o que Palácio do Planalto está fazendo para se prevenir contra casos de desabastecimento, Bolsonaro respondeu que o governo está se preparando ao comprar “equipamentos hospitalares” e “fazendo videoconferências, conversando”. Ele disse que teria ainda hoje, ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, videoconferências com prefeitos de 20 grandes cidades.

“Estamos fazendo o contato direto com os prefeitos porque é lá que o povo vive, e não na fantasia de alguns governadores”, acrescentou. Ele também afirmou que o trabalho do governo federal é “acalmar a população e evitar que o pânico chegue no meio da população”.

Logo no início da entrevista, Bolsonaro partiu para a ofensiva contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). “As pessoas que reclamam de mim, que não tomou (sic) providência, como por exemplo aí o senhor governador de São Paulo, têm que lembrar que no dia 23 de fevereiro ele estava na Sapucaí, no Rio de Janeiro. (Dias depois) Ele estava no lançamento da CNN (Brasil) com 1.300 pessoas do seu lado.”

“Brevemente o povo saberá que foi enganado por esses governadores e por grande parte da mídia nessa questão do coronavírus”, afirmou Bolsonaro. “Espero que não venham me culpar lá na frente pela quantidade de milhões e milhões de desempregados na minha pessoa.”