O desemprego no Brasil voltou a cair no trimestre de julho a setembro e se situou em 12,6%, o nível mais baixo desde o início da pandemia, segundo dados oficiais divulgados nesta terça-feira (30).

Esta é a sexta queda consecutiva da taxa calculada em trimestres móveis pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que chegou a registrar um pico de 14,9% no primeiro trimestre de 2021.

O desemprego entre julho e setembro foi o mais baixo desde o período de janeiro a março de 2020, justo antes da pandemia, quando a taxa ficou em 12,4%.

No entanto, a falta de trabalho continua afetando 13,5 milhões de pessoas no país, em um contexto de aumento da inflação, que corrói a renda da população, e de alto grau de informalidade.

“A informalidade responde por 54% do crescimento da ocupação”, com aumentos significativos de trabalhadores no setor privado sem contrato de trabalho e entre os empregados domésticos, segundo o relatório do IBGE.

No Brasil, 38 milhões de pessoas trabalham na informalidade, o que equivale a mais de 40% da força de trabalho.

O desemprego no trimestre anterior, entre abril e junho, era de 14,2%, enquanto no trimestre entre julho e setembro de 2020 era de 14,9%.

A situação econômica no Brasil ainda é frágil: a inflação, impulsionada pelos combustíveis e pelos alimentos, acumula um aumento de 10,67% em 12 meses, algo que afeta especialmente a população mais vulnerável, que destina a maior parte de sua renda à alimentação.

Em uma tentativa de conter a inflação, o Banco Central elevou a taxa básica de juros em outubro em 1,5 ponto percentual, para 7,75%, o maior aumento em uma única reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desde 2002.

Por sua vez, o aumento dos juros piorou a perspectiva de recuperação econômica para o próximo ano: segundo o último boletim Focus do Banco Central, o mercado continua reduzindo suas expectativas e prevê um crescimento de 4,78% do PIB para este ano, e de apenas 0,58% em 2022.