Pelo menos 991 pessoas foram salvas do mar pelos guarda-vidas nas praias do litoral paulista desde o início da Operação Praia Segura em 1º de dezembro do ano passado.

Nesse período, porém, 17 pessoas morreram afogadas. Só em janeiro, foram oito mortes contra 11 do mesmo período de 2019. A operação, que vai até 31 de março, consiste no reforço da segurança dos 660 quilômetros de praias na costa paulista. Os municípios com maior registro de ocorrências foram Guarujá, Praia Grande, Itanhaém e Ubatuba. No ano passado, durante toda a operação, foram salvas 1.204 pessoas e 38 morreram ao se afogar.

“Isso mostra que nem sempre um mar tranquilo diminui a atividade do guarda-vidas, pois, às vezes com o mar calmo, a pessoa tem a falsa sensação de segurança e de que pode ir mais para o fundo, é surpreendida por um buraco ou um canal e acaba se afogando “, disse o tenente Paulo Sérgio dos Santos, do Grupamento de Bombeiros Marítimo.

O bombeiro alerta que, dos 660 quilômetros de litoral em São Paulo, 400 são de praias frequentadas, embora nem todos os lugares contem com o trabalho de guarda-vidas. “É muito importante a pessoa procurar uma praia que seja de fácil acesso, pois nessa haverá guarda-vidas. Praias próximas de rodovia, de cidades. E deve-se ficar perto dele, porque há riscos nas praias que só o guarda-vidas conhece melhor”, acrescentou Santos.

Ele alertou que os banhistas não devem entrar na água em frente a locais onde haja placas vermelhas de perigo, que sinalizam os riscos da praia. “Principalmente os riscos da corrente de retorno, que é responsável por grande parte dos afogamentos. Corrente de retorno é aquela força que arrasta a pessoa para longe da praia. Dependendo do dia, isso é tão rápido que o tempo de salvamento é reduzido.”

Segundo Santos, homens com idade enttre 15 e 30 anos são a maioria dos afogados, bem como pessoas que não moram no litoral e que vão à praia de uma ou duas vezes ao ano. “Isso nos faz concluir que são pessoas que não conhecem os riscos e, por isso, tornam-se muito vulneráveis.”

Santos lembrou ainda que os pais devem prestar atenção nas crianças, que devem usar pulseiras de identificação, e orientá-las quanto aos cuidados. É preciso também não confiar demais nas boias de plástico, que podem murchar ou estourar. “O mais importante é que a pulseira não isenta a responsabilidade dos pais, que devem ficar sempre atentos. Às vezes, os pais deixam as crianças sozinhas na água, e isso, além de se perder, pode causar um afogamento um afogamento.”