Embora produzido com elementos naturais, como a sílica, presente na areia das praias, o vidro leva quatro mil anos para se decompor e até um milhão para ser totalmente absorvido pela natureza. No Brasil, o descarte de embalagens de vidro pós-consumo é de aproximadamente 1,2 milhão tonelada por ano, estima a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro). Disso, 550 mil toneladas acabam parando em aterros sanitários. “O vidro é reciclável, mas tem baixo valor agregado”, diz Rodrigo Jobim, sócio-fundador da Molécoola. “A indústria recicladora paga em torno de R$ 0,20 por quilograma (kg), o que é praticamente o custo com a logística.” Para mudar esse cenário, a fabricante de embalagens de vidro Owens Illinois firmou uma parceria com o Instituto Ecozinha – iniciativa privada que conta com 46 associados, entre bares, restaurantes e hotéis – para desenvolver o gerenciamento de resíduos, permitindo com que os estabelecimentos com alto nível de descarte se adequem à Lei dos Grandes Geradores de Lixo. Localizado no Distrito Federal (DF), o Ecozinha disponibiliza bunkers com capacidade de até 800 kg para acomodar embalagens de vidro, sempre em locais próximos aos estabelecimentos parceiros.

(Nota publicada na Edição 1100 da Revista Dinheiro)