Celebrado como salvador da economia brasileira, o ministro Paulo Guedes não conseguiu encontrar céu de brigadeiro desde que assumiu a chave do cofre brasileiro. Com as saídas que teve no seu secretariado nesta semana, Guedes já acumula 16 baixas em seu “Dream Team”.

Quase todas as saídas se deram por discordâncias na forma como o projeto de austeridade fiscal é tocado no Ministério da Economia, sempre refém de pressões políticas da ala governista do governo Jair Bolsonaro. Outras, no entanto, aconteceram por desgastes promovidos pela ala política/militar do governo, ou por pressões do Congresso.

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E se antes agentes do mercado se entusiasmavam com a possibilidade de integrar a equipe do superministro, hoje Guedes está refém da nomeação de quadros de carreira na pasta para tocar os projetos, que, apesar de serem bons nomes, não assumem suas funções com o mesmo peso dos anteriores.

Nesta sexta-feira (22), quando o mercado vivia momentos de angústia com rumores sobre a saída de Guedes, ele convocou coletiva junto ao presidente Jair Bolsonaro e indicou que está tudo bem. Minimizou, inclusive, as saídas recentes de integrantes da equipe, a quem se referiu como “jovens”, e disse que alguns deles sequer conhecia.

Fazendo malabarismos fiscais para não furar o Teto de Gastos e financiar programas de transferência de renda, como o Auxílio Brasil, Guedes reconhece que o momento não é de promover uma agenda de austeridade.

Quem saiu do Ministério da Economia

Veja a lista de pessoas que já saíram do Ministério por discordância com a condução econômica, ou que foram fritados pela ala política, militar e pelo próprio Bolsonaro:

– Joaquim Levy: ex-presidente do BNDES;

– Marcos Cintra: Ex-secretário da Receita Federal;

– Mansueto Almeida: Ex-secretário do Tesouro;

– Caio Megale: Ex-diretor de programas da Secretaria Especial da Fazenda;

– Rubem Novaes: Ex-presidente do Banco do Brasil;

– Marcos Troyjo: Ex-secretário de Comércio Exterior;

– Salim Mattar: Ex-secretário de Desestatização, Desinvestimento e Mercado;

– Paulo Uebel: Ex-secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital;

– Roberto Castello Branco: Ex-presidente da Petrobras;

– André Brandão: Ex-presidente do Banco do Brasil;

– Vanessa Canado: Assessora especial para a Reforma Tributária;

– Waldery Rodrigues: Secretário especial da Fazenda;

– George Soares: Secretário de Orçamento Federal;

– Yana Dumaresq: Secretária especial adjunta de Comércio Exterior;

– Bruno Funchal: Secretário especial de Tesouro e Orçamento;

– Jeferson Bittencourt: Secretário do Tesouro Nacional.