Depois de mais de dois anos no vermelho, a Usiminas registrou seu primeiro lucro trimestral, ao ter resultado positivo de R$ 108 milhões entre janeiro e março de 2017. O desafio da companhia, que vem enfrentando uma briga de sócios que se arrasta desde 2014, é mostrar que o resultado é sustentável, disse, em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o presidente da Usiminas, Sérgio Leite.

Leite foi reconduzido ao cargo em março, cerca de seis meses após ter sido substituído, protagonizando dois capítulos da briga entre os principais sócios da companhia – a japonesa Nippon e a ítalo-argentina Ternium/Techint. O executivo é nome de confiança da Ternium; neste momento, a Nippon vem tentando reconduzir Rômel de Souza à presidência.

Além da disputa societária, o executivo cita a economia brasileira como um entrave à melhora dos resultados. Para Leite, a recuperação já começou, mas ainda em ritmo muito lento. Ele afirma que a empresa está na “rota adequada”, embora reconheça que o cenário ainda ofereça “muitas variáveis e riscos”.

Outra preocupação são os preços internacionais do aço. No último ano, o preço do aço plano foi reajustado pelas siderúrgicas, estando hoje aproximadamente 60% mais altos do que há 12 meses.

Os aumentos vinham firmes, até que o preço no mercado internacional passou a cair, acendendo o sinal amarelo para o setor. Com isso, cresceu o receio da ampliação da importação no mercado brasileiro. O presidente da Usiminas disse ainda que a companhia não vem praticando desconto de preços, mas que está analisando o andamento do mercado internacional.

Para analistas, uma eventual queda dos preços poderá colocar em jogo os resultados da Usiminas para os próximos trimestres. O Credit Suisse, por exemplo, considera que o balanço dos três primeiros meses do ano foi o pico de 2017. O Bradesco BBI diz que os resultados não devem se repetir ao longo dos próximos períodos, mas que a tendência, de qualquer forma, é positiva.