A queda nas vendas de carros na China preocupa as maiores montadores do mundo. Há anos, o país é o principal mercado global do segmento, porém, a desaceleração da economia interna e a tensão da guerra comercial com os Estados Unidos impactaram na redução do consumo.

A Volkswagen anunciou na terça-feira (9) que as vendas chinesas caíram 11% no mês passado. A GM também divulgou um balanço afirmando a redução de 15% no último trimestre. As vendas  das duas montadores no país são maiores que nos mercados europeus e dos Estados Unidos, afirmou a CNN.

A situação também atinge as marcas de luxo. Nesta semana, a Jaguar Land Rover anunciou o fechamento de uma unidade de produção na Inglaterra por duas semanas devido a queda no consumo chinês. As vendas despencaram 46% em setembro após uma sequência de baixas, afirmou a companhia.

“Depois de anos de crescimento astronômico, o mercado de automóveis da China finalmente está voltando à Terra”, afirmou a empresa de consultoria Trivium, em Pequim, em uma nota divulgada na terça-feira.

Guerra comercial, modelos e gasolina

Os analistas apontam a recente tensão comercial com o governo norte-americano como um dos fatores a desaceleração. Apesar dos anúncios e da recente taxação de mais de 5 mil itens chineses pelos EUA, somando US$ 200 bilhões, ainda é incerto até que ponto a situação irá impactar no mercado local.

Porém, há outros fatores que também implicam nas baixas. A GM e Jaguar são conhecidas pelos tradicionais modelos SUV’s, maiores e com alto consumo de combustível. Com a recente elevada no preço da gasolina, os veículos de grande porte se tornaram menos atraentes ao consumidor.

“Os preços da gasolina definitivamente afetarão as vendas”, disse Tu Le, diretor da consultoria Sino Auto Insights, de Xangai.

A falta de renovação de modelos também é levada em conta. Marcas como Ford e BMW demoram para lançar novas linhas, o que deixa os consumidores propensos a aguardar até que surja algo novo.