Deputados do PSOL e ativistas ligados ao partido anunciaram nesta quinta-feira, 29, a preparação de uma representação que será encaminhada nos próximos dias ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo a abertura de uma investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por homofobia. A iniciativa é uma reação à “piada” de tom homofóbico feita na quinta pelo presidente durante visita ao Maranhão. Em uma parada não programada no município de Macabeira, apoiadores ofereceram a ele um copo de Guaraná Jesus, refrigerante cor-de-rosa tradicional no Estado.

“Agora virei boiola igual maranhense, é isso?”, provocou Bolsonaro, rindo, ao tomar o refrigerante. “É cor-de-rosa do Maranhão aí, ó. Quem toma esse guaraná aqui vira maranhense, hein?”. Indicando a cor da bebida, ele questionou os apoiadores: “Que boiolagem é isso aqui?”.

Após repercussão negativa, Bolsonaro pediu desculpas pela declaração em transmissão ao vivo nas redes sociais. “Foi uma brincadeira, mas a maldade está aí. Quem se ofendeu, eu peço desculpas”, disse.

Na avaliação dos nomes do PSOL, a fala expressa preconceito com a população LGBTI+ e merece punição por discriminação, sobretudo por ter partido do presidente da República.

“Não é a primeira vez que Bolsonaro é preconceituoso com as pessoas LGBTI+. A campanha dele foi baseada em LGBTIfobia e o governo se dedica a atacar os direitos humanos dessa população a todo momento. O STF já definiu que a discriminação é crime e nós vamos fazer valer essa decisão”, afirma a deputada federal Fernanda Melchionna (RS).

Além dela, subscrevem a representação os deputados federais do PSOL David Miranda (RJ) e Sâmia Bomfim (SP), a deputada estadual Luciana Genro (RS) e o distrital Fábio Félix (DF), além das ativistas Natasha Ferreira, que luta pelos direitos das pessoas trans em Porto Alegre, Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco, Sara Azevedo (MG), Ari Areia (CE), Luana Alves (SP), Erika Hilton (SP) e Vivi Reis (PA).