A base do governo na Câmara defendeu o decreto de intervenção no Rio assinado pelo presidente Michel Temer nesta sexta-feira, 16. Deputados rebateram a oposição, que tem afirmado que a medida foi uma manobra para desviar a atenção de uma possível derrota na votação reforma da Previdência. A votação estava prevista para a próxima semana.

Para o vice-líder do governo, deputado Darcísio Perondi (MDB-RS), esse discurso faz parte de uma “esquerda desesperada” que não quer admitir a gravidade do problema da segurança pública no Rio. Ele também reforçou a declaração de Temer de que o decreto pode ser suspenso para que a votação ocorra quando a base tiver o número de votos necessários.

O líder do PSDB na Câmara, deputado Nilson Leitão (MT), também afirmou que o governo não seria capaz de “tamanha irresponsabilidade”, isto é, editar o decreto apenas para tirar o foco da reforma. “Esse decreto traz muitas consequências, seria mais fácil simplesmente dizer que não há voto suficiente para a Previdência.”

No entendimento do deputado Rodrigo Garcia (SP), líder do DEM, no entanto, a assinatura do decreto vai adiar a votação sobre as mudanças nas regras previdenciárias. Ao contrário do que afirmou Temer, ele disse entender que essa pauta só poderá ser retomada após a intervenção terminar – em dezembro.

O novo líder do PPS na Casa, Alex Manente (SP), defendeu a medida. Segundo ele, o Rio chegou a uma situação tão delicada que não havia outra saída. “O decreto é uma medida amarga, mas a intervenção foi algo imprescindível diante do quadro observado nos últimos meses.”

O decreto que autoriza a intervenção no Rio determina que o Exército assuma a segurança pública do Estado, com responsabilidade sobre as polícias, bombeiros e a área de inteligência, inclusive com poder de prisão de seus membros.