Peritos e a Polícia Civil deixaram o Hospital Badim, no Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro, por volta das 10h30 deste sábado, 14, após cerca de duas horas de trabalho no local em busca das causas do incêndio da última quinta-feira, 12, que deixou 11 mortos.

A investigação se concentrou no subsolo do prédio, onde está o gerador apontado como foco inicial do incêndio.

“Foi terminada a perícia, mas vamos preservar o gerador porque temos que retirar uma peça para fazer o teste de bancada e somente (será possível) com a ajuda da empresa que faz a manutenção, que tem as ferramentas adequadas”, disse o delegado titular da 18ª Delegacia de Polícia, Roberto Ramos.

Segundo o delegado, será feito um estudo mais aprofundado para saber como foi feita a manutenção do gerador e o que gerou o incêndio.

“A gente pode falar preliminarmente que o problema foi no gerador”, reforçou.

Ainda não há data certa para o retorno dos peritos ao local com os técnicos. Nesta sexta-feira, 13, o calor e a fumaça excessivos no local estavam dificultando os trabalhos dos agentes, informou a Polícia Civil.

O subsolo também estava alagado pela ação dos bombeiros para apagar o fogo e sem iluminação adequada, o que levou os trabalhos a serem interrompidos e retomados na manhã deste sábado. O prédio do Hospital Badim segue interditado pela Defesa Civil por motivos de segurança, assim como outros imóveis no entorno.

Pelo menos seis das 11 vítimas fatais do incêndio estão sendo sepultadas neste sábado, no Rio:

Luzia dos Santos Melo, de 88 anos;

Virgilio Claudino da Silva, de 66;

Irene Freitas, de 83;

Darcy da Rocha, de 88;

Marlene Menezes Fraga, de 85;

Maria Alice Teixeira da Costa, de 75.

A primeira vítima enterrada na manhã deste sábado foi Luzi, maranhense que morava em Cascadura e deixou cinco filhos vivos. O funeral aconteceu às 10 horas no Cemitério do Caju.

Em depoimento ao jornal O Estado de S. Paulo, nesta sexta, Emanuel Ricardo dos Santos Melo, que estava com a mãe no hospital, disse que os bombeiros não permitiram que ele acompanhasse a mãe a partir de um dado momento e responsabilizou o hospital.

“O Badim não falava coisa com coisa, a Defesa Civil muito menos. Com certeza a morte dela poderia ter sido evitada. Foi um assassinato, houve negligência do hospital”, afirmou.