Quem desafiará o republicano Donald Trump em novembro? Os democratas começam a votar nesta segunda-feira, em Iowa, na corrida para eleger seu candidato à Presidência dos Estados Unidos.

Iowa é o pontapé inicial de uma impressionante sucessão de primárias com um resultado ainda muito incerto.

Enquanto pesam dúvidas sobre os favoritos, o moderado Joe Biden e o progressista Bernie Sanders, ambos septuagenários, o presidente já está mergulhado em uma intensa campanha para ganhar um segundo mandato de quatro anos em novembro.

Pretendentes democratas à Casa Branca, partidários, voluntários, jornalistas: milhares de pessoas estarão em Iowa, um estado escassamente povoado com grandes áreas nevadas que marca um passo importante no calendário eleitoral americano.

Um bom resultado neste estado pode dar a um candidato um impulso decisivo para outras vitórias nas primárias democratas, até, talvez, ganhar a indicação do partido e ser anunciado como o rival de Trump. Já uma derrota clara pode matar qualquer ambição daqui para frente.

Para consternação de alguns democratas moderados, as pesquisas estão dando vantagem para o senador independente Sanders, de 78 anos.

Defensor de uma revolução política, o senador está um pouco na frente do ex-vice-presidente Biden. Mas poucos se arriscam a fazer prognósticos.

Sinal da ascensão de Sanders, um grupo de especialistas de centro esquerda – “Third Way” – lançou ontem uma mensagem de advertência aos eleitores democratas em Iowa: se ele ganhar a indicação, “as chances de que Trump obtenha um segundo mandato aumentam dramaticamente”.

Também está bem posicionado no estado outro moderado, o mais jovem da corrida, o ex-prefeito Pete Buttigieg, seguido da senadora progressista Elizabeth Warren. Mais atrás, avançando, vem a senadora moderada Amy Klobuchar.

Em nível nacional, Biden se mantém como favorito, aos 77 anos, à frente de Sanders e de Warren, de 70.

O magnata Michael Bloomberg, também de 77 anos, está em quarto, com uma estratégia inédita: pular as primeiras votações para ingressar na corrida a partir da “Superterça” de 3 de março, quando 15 estados votarão.

O Partido Democrata anunciará seu candidato em uma convenção em julho.

Em Iowa, as equipes de campanha mobilizam milhares de voluntários para bater de porta em porta e convencer seus habitantes a votar e a lhe garantir seu apoio.

É uma política de aproximação essencial neste estado, onde uma população acostumada a ser cortejada ganha enorme relevância por sua condição de primeiros eleitores.

Na segunda-feira à noite, os democratas de Iowa votarão em um “caucus”, assembleias de eleitores que, no lugar de depositarem uma cédula, expressão seu voto levantando as mãos, ou colocando-se de um ou outro lado da sala em que estiverem.

Aqui, muitos “pensam que têm a responsabilidade moral de pressionar os candidatos para que expliquem suas posições”, a fim de que essa informação beneficie “o restante do país”, disse Steffen Schmidt, professor de Ciência Política na Universidade Estadual de Iowa.

Eles “levam a política muito a sério”, completou.