Os democratas terão, nesta quinta-feira (23), sua segunda sessão de alegações do julgamento político do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Na abertura do processo, acusaram o presidente de ter tentado “fraudar” as eleições e pediram à maioria republicana que tenha “coragem”.

No primeiro dia dedicado às alegações democratas, o presidente da Comissão de Inteligência da Câmara de Representantes, Adam Schiff, expôs o caso contra Trump. No final da sessão de ontem, o representante antecipou que vai relacionar as acusações apresentadas contra o presidente e o que dizem a Constituição e as leis a esse respeito.

Em sua fala, Schiff argumentou que o presidente deve ser afastado do cargo pelas acusações de abuso de poder e de obstrução do Congresso.

“O presidente Trump solicitou interferência estrangeira em nossas eleições, abusando do poder de seu mandato para buscar ajuda no exterior e melhorar suas chances de reeleição”, disse o deputado, acrescentando que, quando foi flagrado, “utilizou os poderes a seu alcance para obstruir a investigação”.

Segundo a acusação, Trump abusou de seu poder quando tentou pressionar a Ucrânia para interferir nas eleições de 2020 a seu favor, sugerindo ao presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, que investigasse os negócios do filho de Joe Biden. O ex-vice de Barack Obama é um dos favoritos entre os pré-candidatos democratas às eleições presidenciais de novembro.

Para o Partido Democrata, Trump pressionou a Ucrânia ao reter cerca de 400 milhões de dólares em ajuda militar para um país que tem um conflito com rebeldes pró-Rússia no leste do seu território.

“A má conduta do presidente não pode ser decidida nas urnas, porque não podemos ter certeza de que a votação será conduzida de maneira justa”, afirmou.

A sessão de hoje é a primeira a ser realizada com Trump nos Estados Unidos. No início do processo, o presidente estava no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.

Apesar da distância e da intensa agenda, ontem Trump bateu um recorde de tuítes no mesmo dia, com mais de 150 até as 22h30 (horário local).

Depois do confronto ontem sobre a convocação das testemunhas, vários jornais informaram que os democratas poderão negociar um acordo, no qual foram citados Joe Biden e/ou seu filho, Hunter, em troca do sinal verde para chamar funcionários da Casa Branca.

O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, garantiu que esta possibilidade está “fora de discussão”.

Na terça, o líder da maioria na Câmara Alta, Mitch McConnell, mostrou ter um rígido controle sobre a bancada republicana, a qual conta com 53 das 100 cadeiras do Senado. Por enquanto, os correligionários de Trump permanecem alinhados.

“Não ouvi nada de novo”, disse o senador republicano John Barrasso.