Líderes democratas do Congresso dos Estados Unidos exigiram uma sessão urgente com o FBI nesta segunda-feira (20) para que os deputados saibam de uma suposta campanha estrangeira de falsas notícias para interferir nas eleições presidencias de novembro.

Quatro anos depois de supostamente a Rússia ter interferido a favor de Donald Trump, a líder da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, e o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, e outros dois deputados com profundo conhecimento em temas de inteligência, alertaram o diretor do FBI, Chris Wray, sobre graves ameaças para as eleições presidenciais e legislativas em 3 de novembro.

“Estamos profundamente preocupados porque o Congresso parece ser o alvo de uma campanha articulada de interferência estrangeira que busca espalhar desinformação para influenciar a atividade legislativa, o debate público e as eleições presidenciais de novembro”, afirmaram políticos democratas.

Diante da seriedade das ameaças, eles consideram imprescindível que o FBI entregue aos deputados um relatório confidencial antes do final de julho, quando terá início o recesso.

Os legisladores entraram em detalhes sobre a ameaça, mas informaram que no documento entregue havia um arquivo confidencial com informações.

A solicitação foi assinada por Pelosi, Schumer, o chefe do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, Adam Schiff, e o vice-presidente do Comitê de Inteligência do Senado, Mark Warner.

Esses quatro políticos democratas fazem parte do seleto “Grupo dos Oito” dos legisladores que têm acesso às informações confidenciais do país.

No entanto, seus colegas republicanos do grupo não assinaram esta carta, e sua publicação é um indicativo de que o FBI não acatará a petição. O FBI indicou ter recebido a carta, sem nada acrescentar.

– Repetição de 2016 –

Os serviços de inteligência e forças de ordem dos EUA concluíram que, em 2016, Moscou articulou uma campanha em vários níveis como forma de manipular as mídias sociais para favorecer Trump e prejudicar sua rival democrata, Hillary Clinton.

Também alertaram que houve várias tentativas estrangeiras de invadir o sistema de votação nas eleições de 2018, que serviriam como um “teste” para 2020.

Trump nega essas alegações e não dá muita importância para alertas sobre possíveis interferências nas próximas eleições.

Neste ano, várias fontes da área de inteligência afirmaram que há sinais de tentativas de interferência na campanha americana, especificamente a partir da divulgação de falsas notícias em mídias sociais, provenientes de Irã, China e Rússia.

Neste mês, o diretor do FBI alertou que a China está ampliando os esforços para influenciar as eleições americanas.

“Não é uma ameaça específica sobre as eleições. É algo que ocorre no ano inteiro. Mas certamente tem implicações para as eleições, e (eles) certamente tem preferências”, ressaltou o funcionário.

Em fevereiro, David Porter, um alto funcionário do FBI encarregado de monitorar a influência estrangeira, alertou que a Rússia estava mais uma vez tentando interferir na campanha.