A demanda de energia crescerá especialmente nas economias emergentes em um terço nas próximas décadas, prevê o gigante britânico dos hidrocarbonetos BP, que estima que as energias renováveis vão se beneficiar muito com este crescimento.

“O duplo desafio de produzir mais energia com menos emissões mostra como será o nosso futuro”, comentou Bob Dudley, diretor-geral da BP, nesta quinta-feira (14), durante a apresentação anual das previsões até 2040.

Índia e China representarão ambos a metade do crescimento do consumo de energia neste período.

Diferentemente dos anos anteriores, a BP prevê que o crescimento da demanda chinesa será superado pelo crescimento indiano.

“A economia chinesa se afastará dos setores industriais mais consumidores de energia, como o aço e o cimento, para migrar aos serviços”, indicou o relatório da BP.

O crescimento mundial do consumo de energia será apoiado pelas energias renováveis (+7,1% por ano no período 2019-2040) e o gás natural (+1,7%), mas o petróleo também continuará crescendo (+0,3%), enquanto o consumo de carvão retrocederá ligeiramente (-0,1%).

A BP considera que a demanda de petróleo, atualmente concentrada no setor dos transportes, evoluirá pouco para a fabricação de produtos químicos, adubos e plástico.

“As pressões ambientais cada vez mais fortes, particularmente contra as embalagens plásticas, poderiam reduzir o crescimento desse setor”, destaca a BP.

Se a redução do consumo de consumo de plástico for causada pela substituição e a mudança para outros produtos, e não pela reciclagem, os lucros em termos de emissão de carbono poderiam ser poucos, adverte o grupo.

Para responder a essa demanda, os produtores americanos de petróleo de xisto continuarão aumentando a sua produção, antes que os produtores da Opep os substituam em meados dos anos 2020, prevê a BP.