A variante do coronavírus mais infecciosa até o momento pode também ser a mais grave. Deficiência auditiva, distúrbios gástricos sérios e coágulos sanguíneos que levam à gangrena, sintomas que não eram observados normalmente em pacientes com a doença, foram associados por médicos na Índia à chamada variante delta.

É ela que impulsiona a devastadora segunda onda de Covid-19 no país asiático. Na Inglaterra e na Escócia, por sua vez, as primeiras evidências sugerem que a cepa — que agora também é dominante no Reino Unido e já tem oito casos confirmados no Brasil — carrega um risco maior de hospitalização.

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A variante delta se espalhou em mais de 60 países nos últimos seis meses e gerou restrições de viagens mundo afora. Um aumento nas infecções, alimentado pela cepa, forçou o Reino Unido a reconsiderar os planos para reabrir o país no fim do mês, com um relatório local informando que o planos podem ser adiados em duas semanas.

Com taxas mais altas de transmissão e uma redução na eficácia das vacinas, a compreensão dos efeitos da variante indiana se tornou algo especialmente crítico.

Abdul Ghafur, médico infectologista do Apollo Hospital em Chennai, a maior cidade do sul da Índia, conta que está vendo mais pacientes da Covid-19 com diarreia agora do que na onda inicial da pandemia na Índia. “No ano passado, achamos que tínhamos aprendido sobre nosso inimigo, mas ele mudou” completou Ghafur.

Dor de estômago, náuseas, vômitos, perda de apetite, perda de audição e dores nas articulações estão entre os sintomas que os pacientes de Covid-19 estão enfrentando, de acordo com seis médicos que tratam de pacientes em toda a Índia.