A defensora pública da África do Sul, Busisiwe Mkhwebane, recuou nesta segunda-feira em sua demanda por uma mudança no mandato do banco central. A mudança de postura é vista por alguns como um alívio para a instituição e possivelmente também para o rand.

Líder do órgão encarregado de combater a corrupção no país, Mkhwebane havia requisitado em junho que a Constituição sul-africana fosse adaptada para garantir que o banco central se concentrasse na proteção “do bem-estar socioeconômico dos cidadãos”, em vez de apenas no “valor da moeda”.

Na ocasião, a autoridade argumentou que uma mudança no mandato era necessária diante do fracasso do BC sul-africano em recuperar o dinheiro gasto em uma série de pacotes de ajuda na época do Apartheid para o Bankorp, agora parte do Absa, unidade africana do Barclays. Ela também determinou que o Absa pagasse 1,125 bilhão de rands, o que o banco contestou.

O Banco Central da África do Sul rejeitou a demanda da defensora para mudar seu mandato, argumentando que a autoridade havia exorbitado suas funções. O Parlamento e o ministro das Finanças, Malusi Gigaba, também rechaçaram a ideia.

Nesta segunda-feira, Mkhwebane disse que não irá se opor à contestação do banco central, o que na prática representa um recuo na demanda dela pela alteração. Ela disse, porém, que mantém a conclusão de que os pacotes de ajuda ao Absa foram ilegais e devem ser ressarcidos.

O debate sobre o mandato do banco central e seu papel mais amplo na economia do país afetou o valor do rand nas últimas semanas. Na semana passada, o Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), o partido do governo, afirmou que pretendia nacionalizar o banco central, um dos últimos pelo mundo com acionistas privados. Fonte: Dow Jones Newswires.