Judiciário

Na terça-feira 16, o presidente do STF, Dias Toffoli, determinou que investigações criminais suspendam a utilização de dados de órgãos de controle como Coaf, Receita Federal e Banco Central que tenham sido obtidos sem autorização judicial. De imediato, a canetada socorre o senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ). Suspeita-se que Fabrício Queiroz, assessor do político na época em que ele era deputado estadual no Rio de Janeiro, desviava parte do salário dos funcionários do gabinete para a própria conta corrente. E, talvez, também para a de Flavio e familiares. Sem os dados do Coaf, a investigação estaciona.

Curiosamente, o socorro aos bolsonaristas também ajuda os lulistas. Boatos ventilados pelo governo diziam que o Coaf estava de olho nas contas de Glenn Greenwald, editor do site The Intercept e responsável pela divulgação de mensagens que questionam a integridade ética e jurídica da operação Lava Jato. Se o Coaf estava, já não está mais.

O problema, no entanto, vai muito além do fla-flu ideológico. A decisão de Dias Toffoli pode afetar o andamento de muitas investigações de corrupção e tráfico de drogas, já que determina que a “decisão se estende aos inquéritos em trâmite no território nacional instalados à míngua de supervisão do Poder Judiciário e de sua prévia autorização”. Promotores do Ministério Público avaliam que esse é um duro golpe na luta contra o crime organizado.

 

Estados Unidos

Deputado democrata Al Green pede impeachment de Donald Trump

O deputado do Texas protocolou um pedido de impeachment contra o presidente americano Donald Trump na terça-feira 16 – essa é a primeira iniciativa oficial pedindo a saída do republicano. Al Green alega que supostas declarações racistas do presidente sobre quatro deputadas demonstram que ele não tem capacidade para exercer o cargo mais alto do país. Sondagens mostram que é improvável que o pedido seja colocado para votação na Câmara, já que a maioria dos deputados democratas se opõe à remoção. O pedido, porém, força a Casa a se posicionar sobre o assunto.

 

Empresas

Nadir Figueiredo é vendida por R$ 836,2 milhões

A centenária fabricante de produtos de vidro Nadir Figueiredo anunciou sua compra pela Flamengo Participações, empresa controlada indiretamente pelo fundo de investimentos de private equity H.I.G. Capital. Em fato relevante, a fabricante informou que acionistas que representam 97,6% do capital da companhia celebraram o acordo de venda por R$ 836,2 milhões. O objetivo da compra é diversificar o portfólio de negócios da HIG na América Latina. Fundada em 1912 pela família Figueiredo, a empresa ficou conhecida por fabricar o famoso copo americano de vidro.

 

Finanças pessoais

Brasileiro não sabe quanto paga em tarifas bancárias

Pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência, encomendada pelo C6 Bank, mostra que menos da metade dos brasileiros (49%) sabe quanto paga por mês em tarifas bancárias. A situação é ainda mais grave quando se leva em consideração que cada um dos entrevistados tem, em média, 3,7 contas abertas – corrente, poupança, investimentos ou de pagamentos. O levantamento ouviu 2009 pessoas e concluiu que a poupança e a conta corrente são as mais utilizadas, com 79% e 78% de participação, respectivamente.

 

Fortuna

Bernard Arnault atropela Bill Gates e vira o segundo homem mais rico do mundo

O francês Bernard Arnault, CEO do conglomerado LVMH (que inclui marcas de alto luxo como Louis Vuitton, Dior e Moët & Chandon) é agora segundo homem mais rico do mundo com uma fortuna estimada em US$ 103 bilhões. Ele arrancou da quarta posição em 2018 e ultrapassou, no começo deste ano, o terceiro colocado, o investidor americano Warren Buffett (US$ 82 bilhões). O aumento das vendas da LVMH na China fez Arnault disparar mais uma vez e passar também Bill Gates, com US$ 96 bilhões. O páreo, no entanto, segue liderado pelo varejista Jeff Bezos, dono da Amazon, que tem US$ 131 bilhões em caixa.

 

Economia global

PIB chinês atinge recorde negativo

Pela primeira vez em quase trinta anos, a China cresceu “apenas” 6,2% nos últimos doze meses. Os dados são do próprio governo. Qualquer valor abaixo de 7% acende o sinal amarelo em Pequim e provoca reação no mundo inteiro. Em desaceleração há anos, a China vem mudando seu modelo de crescimento e focando no consumo interno. No entanto, o investimento bancado pelo governo em obras e fábricas que atendam aos seus mais de um bilhão de habitantes não surtiram o efeito esperado e agora não se sabe o que os chineses farão. (Leonardo Motta)

 

Números

0,54% – Cresceu em maio a atividade econômica do Brasil depois de quatro meses consecutivos de retração, segundo dados compilados pelo Banco Central (BC) no seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br).

2% – Aumentou a receita do varejo brasileiro em junho de 2019 em relação ao mesmo mês do ano passado, descontada a inflação, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) divulgado pela Cielo.

R$ 2 milhões – Foram investidos pela padaria Bella Paulista, uma das maiores da cidade de São Paulo, para dobrar o seu tamanho. A empresa emprega mais de
300 funcionários e funciona 24 horas por dia. O projeto da reforma é assinado pela arquiteta Lea Mezher.

R$ 600 milhões – É a projeção de economia que o governo federal pretende ter com a instalação de mil radares de controle de velocidade em 2,2 mil trechos de rodovias federais, segundo informou o Ministério da Infraestrutura.

R$ 7,5 bilhões – É a quantia que a Oi pretende arrecadar com a venda de ativos considerados não estratégicos, como algumas torres de telefonia e a operadora angolana Unitel. O total é cerca de 80% do valor de mercado da companhia.