As bolsas europeias operam em baixa na manhã desta terça-feira, seguindo o comportamento negativo dos mercados acionários de Nova York ontem e da Ásia hoje e à espera de novidades relativas ao “Brexit”, como é conhecido o processo para a retirada do Reino Unido da União Europeia.

Ontem, as bolsas americanas tiveram uma nova rodada de fortes perdas, lideradas pelo setor de tecnologia. O mau humor se estendeu à Ásia, cujos mercados fecharam hoje em queda generalizada, também influenciados por um escândalo envolvendo o executivo brasileiro Carlos Ghosn no Japão.

Ontem, Ghosn foi preso em Tóquio após a Nissan acusá-lo de ter fraudado sua declaração de renda a autoridades japonesas “por muitos anos” e decidir afastá-lo da presidência do conselho administrativo da empresa. Ghosn também é presidente e executivo-chefe da aliança entre a francesa Renault e as japonesas Nissan e Mitsubishi Motors.

Em Paris, a ação da Renault caía 2,5% por volta das 8h45 (de Brasília), ampliando perdas de quase 8,5% do pregão anterior. Nas primeiras horas de negócios, os segmentos com pior desempenho nas bolsas da Europa eram os de tecnologia, financeiro e automotivo.

O Brexit também mobiliza as atenções numa semana em que a primeira-ministra britânica, Theresa May, promete negociar intensamente para conquistar apoio ao esboço de acordo que apresentou no fim da semana passada. Apesar da oposição que vem sofrendo até mesmo dentro de seu Partido Conservador, May disse ontem a líderes empresariais que o acordo proposto põe o sucesso econômico do Reino Unido acima de tudo.

O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney, disse hoje esperar que a transição do Brexit seja tranquila, mas sugeriu que o sistema financeiro do Reino Unido está preparado para um eventual “divórcio sem acordo”. Carney falou durante depoimento ao Parlamento britânico sobre o relatório de inflação do BoE.

Esvaziada, a agenda europeia de indicadores trouxe hoje apenas os últimos dados de preços ao produtor da Alemanha. A taxa anual de inflação ao produtor da maior economia da zona do euro acelerou de 3,2% em setembro para 3,3% em outubro, segundo a Destatis, a agência de estatísticas alemã.

Às 9h03 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,65%, a de Frankfurt recuava 0,99% e a de Paris tinha queda de 0,94. Em Milão, Madri e Lisboa, as perdas eram de 0,85%, 1,07% e 0,88%, respectivamente. No câmbio, o euro se enfraquecia a US$ 1,1427, de US$ 1,1456 no fim da tarde de ontem, mas a libra seguia direção contrária, avançando a US$ 1,2863, de US$ 1,2856 ontem. Com informações da Dow Jones Newswires.