Adotado desde 2013 pela cidade de Tallinn, a capital da Estônia, o transporte público gratuito tem gerado controvérsias no país. Os defensores da medida, aprovada por 90% da população, atestam que o programa tem gerado economias de € 20 milhões por ano e feito com que boa parte dos cidadãos deixe o carro em casa – o que impacta diretamente na diminuição dos congestionamentos e na queda dos níveis de poluição. Já os críticos argumentam que não há nada de gratuito no modelo adotado. Estudos apontam que ele é, na verdade, pago com os impostos que seriam destinados para outras áreas, como educação e saúde. A conta é de € 1 mil por contribuinte ao ano. Além disso, a população da cidade, que era de 416 mil habitantes antes da gratuidade, aumentou em 25 mil pessoas. São, em sua maioria, cidadãos de outros municípios próximos, que se registraram como residentes da capital, para utilizar o serviço sem pagar nada. O fato está gerando reclamações de outros prefeitos, que dizem ter perdido receita. E, se por um lado, o número de carros nas ruas caiu, por outro, as pessoas que usam automóvel passaram a permanecer mais tempo nas ruas.

(Nota publicada na Edição 989 da Revista Dinheiro)