Na manhã desta terça-feira (27), o ministro da Economia, Paulo Guedes, acreditando estar em uma reunião fechada, falou que “o chinês inventou o vírus, e a vacina dele é menos efetiva do que a americana.”

Ao saber que a reunião estava sendo postada ao vivo nas redes sociais, pediu para que o vídeo fosse apagado e horas depois a publicação já não constava mais na conta do Ministério da Saúde.

+ Guedes, sobre comentário a respeito da China: Hoje usei uma imagem infeliz

Em pouco mais de dois anos de governo Bolsonaro, o “Posto Ipiranga” do presidente, coleciona uma série de gafes. Relembre algumas delas:

Empregada na Disney
“Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Vamos importar menos, fazer substituição de importações, turismo. (Era) todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para a Disneylândia, uma festa danada.”

Contexto: Paulo Guedes participava do Seminário de Abertura do Ano Legislativo da Revista Voto, em Brasília. Ele dizia que a desvalorização do câmbio não era, na sua visão, um problema tão sério para o Brasil.

Servidores parasitas
“O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, além de ter estabilidade na carreira e aposentadoria generosa. O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita.”

Contexto: No início de 2020 Guedes defendeu a proposta do governo de reforma administrativa em palestra na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas, no encerramento de um seminário sobre o Pacto Federativo.

Pobreza é inimigo do meio ambiente
“O pior inimigo do meio ambiente é a pobreza. As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer. Você não tem um meio ambiente limpo porque as soluções não são simples. São complexas.”

Contexto: em painel do Fórum Econômico Mundial, que tratava sobre o futuro da indústria e do trabalho, em Davos, na Suíça, Guedes afirmou que a produção de alimentos no Brasil depende de agrotóxicos e defendeu a política ambiental do governo. Como o tema era discussão sobre manufatura, não houve espaço para aprofundar a questão.

Imposto sobre pecado
“Pedi simulações para agrupar o que os acadêmicos chamam de impostos sobre pecados: cigarro, bebida alcoólica e açucarados. (…) Não é nada de costumes, Deus me livre.”

Contexto: ainda no Fórum de Davos, Guedes defendeu um tributo para desonerar o sistema de saúde. “Se o cara que fuma muito vai ter câncer de pulmão, tuberculose, enfisema e, lá na frente, vai ter de gastar com o tratamento, entrar no sistema de saúde. Então coloca um imposto sobre o cigarro para ver se as pessoas fumam menos”, completou.

Não se assustem se pedirem o AI-5
“Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com 10 meses você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5.”

Contexto: em novembro, Paulo Guedes foi à capital dos Estados Unidos, Washington, para reuniões bilaterais. Em uma entrevista coletiva, criticou o que seriam, na sua opinião, protestos convocados pela oposição para “quebrar tudo”.

Mulher de Macron é ‘feia mesmo’
“Presidente falou mesmo, e é verdade mesmo, a mulher é feia mesmo. Não existe mulher feia, existe mulher observada do ângulo errado”.

Contexto: Em uma palestra para convidados no evento “A Nova Economia do Brasil – o impacto para a região Nordeste”, Guedes falava sobre o que classificou como “progresso” do governo de Jair Bolsonaro em setores diversos quando citou o episódio em que o presidente falou sobre a mulher de Macron, presidente francês.

Greve na Petrobrás
Todos os sinais melhorando e greve na Petrobras. Só porque melhorou, querem greve? É empresa pública ou privada? É Estado e bolsa. Uma greve importante, demite as pessoas e contrata outras pessoas que queiram trabalhar.

Contexto: a Federação Única dos Petroleiros convocou, em novembro de 2019, uma greve por considerar que a estatal descumpre acordo coletivo com os trabalhadores. Em Washington, Paulo Guedes criticou os grevistas, afirmou que a empresa antes estava quebrada e defendeu contratações temporárias de “pessoas que querem trabalhar”.

Novo imposto não machuca
“Funcionou por 13 anos. Se a alíquota for pequena, não machuca. Quando FHC lançou esse imposto, todo o mundo apoiou porque arrecada rápido. (…) Entre um imposto horroroso e a opção pela desoneração da folha, prefiro abraçar o feioso.”

Contexto: em vários momentos, durante o ano de 2019, a equipe de Paulo Guedes defendeu a volta de um imposto sobre transações financeiras. No entanto, o time do ministério não encontrou apoio no Congresso, nem com o presidente Jair Bolsonaro. O mal-estar culminou com a demissão do então secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, no dia 11 de setembro de 2019.

Tigrão e Tchutchuca
“Tchutchuca é a mãe, é a avó!”

Contexto: Paulo Guedes foi à Câmara dos Deputados defender o então projeto da reforma da Previdência em abril de 2019. Após seis horas de discussões com parlamentares, a reunião foi encerrada de maneira abrupta com uma confusão provocada por uma fala do deputado Zeca Dirceu (PT-PR), que afirmou ser Guedes “tigrão” com os pobres e “tchutchuca” com os ricos, parafraseando uma famosa música do Bonde do Tigrão, de 2011.

Irritado, Guedes disse “tchutchuca é a mãe” para Zeca Dirceu. Instaurou-se um caos generalizado no plenário da comissão e a sessão foi encerrada. Veja a cena abaixo.