De curiosidade a mercado bilionário: o crescimento das proteínas alternativas

O segmento começou com os hambúrgueres à base de vegetais, mas ganhou diversidade de opções (Crédito: Unsplash)
Há cerca de três anos, o segmento das proteínas alternativas não era mais do que uma curiosidade, um nicho para consumidores que queriam reduzir o consumo de carne sem abrir mão do sabor com que estão acostumados. Vieram as versões “plant based”, que reproduzem um hambúrguer, por exemplo, apenas com ingredientes feitos com vegetais. Mas o público gostou da ideia, os investidores viram valor nas propostas e hoje essa vertente da inovação vem crescendo rapidamente.
Um levantamento do AgFunder, fundo pioneiro em agtech e foodtech, aponta que no primeiro semestre de 2021 o setor captou US$ 1,4 bilhão, um crescimento de 22% em relação ao segundo semestre do ano passado. O valor também é superior ao US$ 1,2 bilhão registrado nos primeiros seis meses de 2020.
+ Programa torna disponível o maior banco de dados de proteínas humanas
A maior negociação envolveu a Motif FoodWorks, uma startup que desenvolve ingredientes para o setor de proteínas à base de vegetais e captou US$ 226 milhões em uma rodada série B. A divisão GOOD MEAT da Eat Just, agtech que chegou ao mercado oferecendo substitutos plant based para ovos, captou US$ 170 milhões. Há até startup de peixe vegetal e de versões para os nuggets de frango – que contou com o aporte do rapper Jay Z, um ativo investidor.
E esse número vai crescer muito até o final do ano, já que desde junho outras grandes negociações foram feitas: a israelense Aleph Farms, responsável por criar carne em laboratório a partir de células animais, sem o abate, levantou US$ 105 milhões em uma rodada série B que contou com a participação da brasileira BRF, e a captação da GOOD Meat recebeu uma extensão de US$ 97 milhões.
Esses investimentos mostram o quanto as proteínas alternativas deixaram de focar apenas em um nicho para conquistar um público muito mais amplo. E não são apenas agtechs: a participação da BRF na captação da Aleph é um pequeno indicativo do quanto as grandes empresas do setor passaram a enxergar as oportunidades nas proteínas à base de vegetais. A JBS também tem uma linha de produtos do tipo, a Incrível, da Seara, e a Marfrig tem uma joint venture com a Archer Daniels Midland Company (ADM) para lançar produtos plant based no segmento de food service.
É claro que ainda há muito para evoluir. Assim como no universo da tecnologia, as novidades chegam rapidamente e substituem os produtos anteriores. A Fazenda Futuro, principal startup nacional de proteínas alternativas, por exemplo, lançou a “versão 2030” de seu hambúrguer de planta. À medida que a produção amadurece, o sabor melhora e a textura fica mais próxima da carne animal.
E as carnes feitas em laboratório ainda precisam chegar às gôndolas dos mercados. Até agora, o custo de produção impedia o lançamento em larga escala, mas os investimentos recentes feitos nas startups (como no caso da BRF) devem tornar a operação comercialmente viável. A perspectiva é boa: o mercado de proteínas alternativas pode chegar a US$ 100 bilhões, nas estimativas mais conservadoras, ou US$ 370 bilhões, nas mais otimistas, até 2035.
Veja também
- + Veja os 8 sintomas da Ômicron em pessoas vacinadas
- + Bruna Lombardi posta foto seminua e reflete sobre intimidade
- + 7 dicas para aumentar a restituição do seu Imposto de Renda
- + Jovem é internado na UTI após desenvolver condição pulmonar rara ao se masturbar
- + Novo RG: quanto tempo você tem para providenciar o documento
- + 10 carros com tração dianteira divertidos de guiar
- + Filha de Ana Maria Braga exibe vida simples no interior de SP
- + Chay Suede vira piada nas redes sociais com foto de ‘feijoada gourmet’
- + Um gêmeo se tornou vegano, o outro comeu carne. Confira o resultado
- + Veja quais foram os carros mais roubados em SP
- + Agência dos EUA alerta: nunca lave carne de frango crua
Tópicos
AgFunder AgTech Aleph Farms alimente produção mundial BRF BRF brasil Carne alternativa carne de laboratório carne produção mundial como substituir carne? Eat Just Fazenda Futuro foodtech jbs Marfrig plant based proteína alternativa proteína corpo humano proteína saúde proteína vegetal Proteínas alternativas proteínas fontes quais são as maiores empresas de alimentos do mundo? startups