Marca que se tornou sinônimo de produto no mercado de iogurtes, especialmente depois do memorável slogan “Danoninho vale por um bifinho”, lançado em 1989, a francesa Danone quer ser lembrada não só pelo público infantil, mas como uma gigante global de saúde. E nessa tática de reconstrução e diversificação da marca, o Brasil é o alicerce. O País foi escolhido como o primeiro mercado da Danone Nutricia, a divisão de nutrição especializada do grupo, que faturou globalmente 25,3 bilhões de euros em 2019. A escolha se justifica. Por aqui, as taxas de natalidade – perto de 1,9 filho por casal – se mantêm acima da média global e da maioria dos países desenvolvidos. Em nações como Suíça, Holanda, Suécia e Itália, esse índice varia de 0,4 a 0,7. Menos crianças, menos vendas. Ao mesmo tempo, o Brasil apresenta um aumento significativo da população idosa, o que faz brilhar os olhos dos executivos da companhia. “Dobramos a aposta em inovação no Brasil para que a companhia esteja em sintonia com a realidade brasileira, especialmente em um cenário pós-Covid”, disse Edson Higo, CEO da Danone Nutricia, que cresceu “cerca de 10%” em vendas no primeiro semestre. Ele se refere à parceria da empresa com a USP e o Sírio-Libanês, para desenvolver estudos sobre o impacto do novo coronavírus na nutrição de pacientes infectados. “Depois da pandemia, vai surgir um mundo novo, com consumidores muito mais atentos à saúde. Nosso foco não será o marombado de academia, mas pessoas normais, atentas à longevidade ativa e que querem melhorar a alimentação e reforçar a nutrição.”

(Nota publicada na edição 1184 da Revista Dinheiro)