Representantes de grupos LGBT se reuniram nesta quarta-feira, 20, com a futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. Durante o encontro, que aconteceu na sede do governo de transição, Damares se comprometeu em combater à violência contra a comunidade e com a empregabilidade de transexuais.

Os grupos entregaram à futura ministra um documento intitulado O que queremos do Estado brasileiro, em que um dos pedidos é “reconhecer e valorizar a existência das diversas composições de família, inclusive as famílias homotransafetivas, garantindo-lhes acesso às mesmas políticas sociais que as famílias tradicionais”.

O presidente da Aliança Nacional LGBT, Toni Reis, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a ministra foi “muito empática e respeitosa” durante a reunião. “Acabaram as eleições, agora vamos ter que trabalhar os problemas do Brasil. Ou a gente dialoga, ou a gente dialoga”, disse Toni.

De acordo com Toni, a futura ministra defendeu que a “família tradicional” e “todas as outras composições familiares” tem que ser reconhecidas. “Ela falou isso pessoalmente, inclusive, ela falou que é só ela e a filha dela e elas são família.”

A reunião aconteceu a pedido de Damares. De acordo com o presidente da associação, estiveram presentes no gabinete de transição membros de mais de 30 organizações, que representam a comunidade LGBT, entre eles, pessoas filiadas ao PT, ao PSOL, evangélicos, católicos e membros do Conselho Nacional Contra a Discriminação De Lésbicas Gays Bissexuais Travestis e Transexuais, vinculado ao ministério.

Segundo a Diretora de Promoção de Direitos LGBT do Ministério dos Direitos Humanos e presidente do Conselho, Mariana Reidel, o entendimento é de que o dialogo com a comunidade LGBT vai continuar como uma as prioridades da Pasta. “Todo o colegiado do conselho, assim com as entidades que estiveram lá, foi 100% de entendimento de que sim é uma pauta que o ministério vai continuar, é uma pauta que eles têm intenção de fazer um diálogo sempre e constante”, disse Mariana ao Estado.

No dia em que foi anunciada para compor a equipe de Jair Bolsonaro, Damares, que é pastora evangélica, disse que faria o enfrentamento à violência contra a comunidade LGBT. “Se precisar estarei nas ruas com as travestis, se precisar estarei na porta da escola com as crianças que são discriminadas por sua orientação sexual”, declarou na ocasião.

Demandas

O documento entregue à futura ministra elenca demandas do movimento nas áreas de direitos humanos, educação, saúde, Previdência Social, emprego, segurança pública e assistência social. Entre as solicitações está a manutenção de diretoria específica para questões de direitos humanos da população LGBTI+ na estrutura do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

O coletivo também pede, entre outros pontos, a criação de uma comissão Interministerial para discutir e acompanhar políticas públicas para a população LGBTI, implementação de rede de prevenção e proteção contra discriminação e violência com financiamento federal, ampliação da Política Nacional de Saúde Integral da População LGBT e a promoção de mecanismos de empregabilidade de travestis e transexuais.Representantes de grupos LGBT se reuniram nesta quarta-feira, 20, com a futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. Durante o encontro, que aconteceu na sede do governo de transição, Damares se comprometeu em combater à violência contra a comunidade e com a empregabilidade de transexuais.