Olá, pessoal! Tudo bem? No nosso último artigo, eu salientei que o ano havia começado com um quadro ruim em relação à pandemia – explosão de casos e baixo volume de vacinas. Isso, por si só, já seria um importante entrave a uma rápida recuperação econômica, pois afetaria a confiança de empresários e consumidores. Costumo sempre ressaltar que, na Economia, confiança é tudo.

Desde então, vários Estados e municípios vêm adotando medidas restritivas que, somadas à demora do governo federal na liberação de um novo auxílio emergencial, concretizaram um cenário de retração do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre.

Para piorar, a inflação elevada vem corroendo o poder de compra dos brasileiros, o que levou o Banco Central (BC) a pisar no acelerador da taxa de juros. A medida, que tem o objetivo de encarecer o crédito, pode esfriar um pouco o consumo.

Ainda não é possível garantir que o segundo trimestre também será recessivo, mas certamente podemos imaginar que não haverá resultados alvissareiros.

O desempenho dependerá principalmente da evolução da pandemia e, consequentemente, das medidas restritivas à circulação de pessoas e ao funcionamento das atividades produtivas.

Além disso, o governo pretende injetar R$ 44 bilhões por meio de uma nova rodada de auxílio emergencial, com início previsto para abril. Esse montante, que será canalizado para o consumo, pode evitar uma nova retração do PIB nos próximos meses.

Sendo assim, gostaria de propor um olhar para o segundo semestre, conforme pergunta formulada no título deste artigo. A minha perspectiva é positiva. Dá para ser otimista tendo em vista que é muito provável que o volume de vacinas disponível vai crescer rapidamente no Brasil e no mundo. Lembrando que, segundo especialistas, temos capacidade de vacinar até dois milhões de pessoas por dia.

Pessoas vacinadas ficam mais confiantes a retomar as suas atividades normais, ainda que precisem continuar seguindo alguns protocolos.

O maior beneficiado será o setor de serviços, que representa 70% da economia e depende essencialmente do contato entre as pessoas para faturar. Quando voltar a funcionar em sua plenitude, o setor de serviços será um grande gerador de empregos e renda.

Prevejo ainda que a alta de juros pelo Banco Central terá efeito limitado, em 2021, no encarecimento do crédito, que deve continuar sendo o motor da economia em diversos segmentos, como o imobiliário. Além disso, o cenário internacional positivo, com forte recuperação da China e dos Estados Unidos, impulsionará as exportações brasileiras, com destaque para o agronegócio.

Concluo, assim, que há boas chances de o segundo semestre ser bem melhor do que o primeiro semestre, viabilizando um crescimento médio de 3% no PIB brasileiro deste ano.

O meu otimismo, repito, está ancorado na evolução rápida da vacinação nos próximos meses e, evidentemente, tem como premissa que eventuais novas variantes do coronavírus não conseguirão driblar a eficácia das vacinas já existentes. A recuperação econômica está completamente atrelada ao sucesso da Medicina.