A Azul, que estava muito próxima de abrir seu capital, em sua quarta tentativa de ingressar na bolsa, teve hoje sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) suspensa pela Superintendência de Registro de Valores Mobiliários (SRE) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A suspensão será por até 30 dias.

Momentos antes da suspensão, a demanda pelas ações estava em quatro vezes a oferta, com o valor em R$ 21, o centro da faixa indicativa de preço, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, sistema de informações do Grupo Estado. A precificação ocorreria hoje e a estreia da ação na Bolsa estava agendada para amanhã.

Segundo a CVM, a decisão em suspender a oferta está ancorado no fato de a empresa ter disponibilizado documentos de suporte a apresentações oferecidas a investidores sobre a oferta em site, o que caracterizou, segundo a autarquia, de uso irregular de material publicitário não aprovado pela CVM.

A companhia teria ainda fornecido no roadshow projeções em relação à avaliação de investimentos, “notadamente a projeção de valorização do investimento da Companhia em ativos da TAP, que não consta dos documentos da Oferta”. Pelas regras a companhia não pode fornecer material publicitário com informações diversas ou inconsistentes em relação ao prospecto da oferta.

Outra razão, conforme a autarquia, foi o fato de “divulgação excessiva” de informações de caráter sigiloso da oferta na imprensa, citando como exemplo a Coluna do Broad.

“A suspensão poderá ser revogada, dentro do prazo acima indicado, se as irregularidades apontadas forem devidamente corrigidas”, destaca a CVM. Se isso não ocorrer o pedido de registro da oferta poderá ser indeferido, segundo a autarquia.