Uma proposta de acordo do day trader Vinicius Ibraim, conhecido por ter pedido R$ 700 mil de investidores em um único pregão transmitido ao vivo em outubro do ano passado, foi recusada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

De acordo com a CVM, o caso envolve suposta pirâmide financeira. A Procuradoria Federal Especializada (PFE-CVM) concluiu existir impedimento jurídico para a celebração do acordo devido aos prejuízos provocados pelo investidor. Ibraim sugeriu receber uma pena de advertência e ficar dez anos proibido de atuar como administrador de carteiras. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

O operador não tinha registro de administração de carteiras de valores mobiliários na CVM e oferecia aplicações no “Fundo Vinicius Ibraim”. Por meio de contratos, ele garantia retornos de pelo menos 2% ao mês a investidores. Nas redes sociais, ele se apresentava como um investidor bem-sucedido que vendia cursos de day-trade.

A planilha de controle de Ibraim mostra que 338 clientes realizaram aportes no “fundo”, no valor total de R$ 4,26 milhões. Do total, 277 pessoas não conseguiram resgatar os recursos e tiveram prejuízo de R$ 3,6 milhões, informou a Superintendência de Supervisão de Investidores Institucionais (SIN) da CVM.

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Documentação da XP e Terra Investimentos aponta que Ibraim operava “de forma acentuada” no mercado de futuro. Nas duas corretoras, ele teve resultado negativo de R$ 800 mil. Documentação apresentada pela Órama DTVM mostra perdas de mais R$ 3 milhões de janeiro a agosto de 2020. Ibram foi incluído no rol de inadimplentes da B3 em outubro de 2020.

Foi então que passou a operar por meio de uma conta em nome de sua namorada para a qual transferiu mais R$ 2 milhões. Esse valor também teria sido perdido em uma semana de operações.

Em novembro, Ibraim publicou um vídeo nas redes sociais reconhecendo perdas de R$ 700 mil no pregão do dia 27 e prometeu restituir, mas sem detalhar como faria o pagamento.