O banco americano JPMorgan rebaixou a recomendação da CVC de “compra” para “neutra” na terça-feira (9). Em relatório, os analistas reduziram o preço-alvo da ação de R$ 21 para R$ 10. Segundo o banco, a mudança ocorre por causa de expectativas menores sobre o resultado. O temor está relacionado à inflação, que deve aumentar o gasto com despesas. “É provável que os resultados sejam pressionados por mais tempo, dado o macroambiente global”, afirmaram os analistas. Segundo o relatório, a projeção do JPMorgan é de que o Ebitda ajustado, que mede o resultado operacional, fique positivo este ano. “No entanto, vemos que o recente follow-on é insuficiente para cobrir as necessidades de capital da CVC”, afirmaram. As estimativas do banco foram como uma bomba para a ação. Os papéis da CVC recuaram 11% na terça-feira (9), e terminaram o pregão a R$ 7,07.

CONSTRUÇÃO
Direcional e Tenda em direções diferentes

A incorporadora Direcional divulgou na segunda-feira (8) lucro líquido de R$ 41 milhões no segundo trimestre, valor igual ao de 2021. “A companhia reverteu a tendência de queima de caixa”, afirmou o analista da Inter Invest Gustavo Caetano. Ele manteve a recomendação de compra com preço-alvo de R$ 15, alta de 22,4% ante a terça (9). Já a Tenda divulgou prejuízo de R$ 114,4 milhões. “A empresa ainda passa por um sinuoso caminho para retomada da rentabilidade”, afirmou Caetano, que manteve recomendação neutra para o papel.

ENERGIA
AES Brasil adquire três parques eólicos

A AES Brasil informou na segunda-feira (8) que adquiriu os parques eólicos Ventos do Araripe, Caetés e Cassino da Cúbico Brasil por R$ 2 bilhões. Eles possuem uma capacidade de gerar 455,9 MW. A empresa lucrou R$ 9,3 milhões no segundo trimestre, queda de 65% na comparação anual. A receita operacional líquida cresceu 10,6% para R$ 620,9 milhões. Para o Itaú BBA a aquisição é atrativa. “Já o balanço da AES foi feio e abaixo do esperado”, disse o analista Marcelo Sá. Mas ele manteve a recomendação de compra com preço-alvo de R$ 14,40.

VAREJO
Renner espera segundo semestre difícil 

O presidente da Lojas Renner, Fabio Faccio, disse esperar um segundo semestre difícil para a companhia, por causa da alta de juros e da inflação elevada. No segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, o lucro líquido subiu 86,7% para R$ 360,4 milhões e a receita líquida foi de R$ 3,1 bilhões, crescimento de 40,6%. Para o sócio da Acqua Vero Investimentos Heitor de Nicola, a margem bruta foi o destaque positivo. “Esse momento sólido deve continuar, mesmo com o temor de diminuição das vendas.”

DESTAQUE NO PREGÃO
BB Seguridade agrada e Porto Seguro decepciona

Divulgação

Os balanços de duas seguradoras apresentaram resultados divergentes. Na segunda-feira (8), a BB Seguridade, ligada ao Banco do Brasil, informou lucro líquido de R$ 1,4 bilhão, alta de 86% e acima do R$ 1,3 bilhão previsto. “A alta deveu-se ao crescimento de vendas, redução da sinistralidade e melhora do resultado financeiro”, afirmou a empresa. Os analistas da Genial Eduardo Nishio e Bruno Bandiera afirmaram esperar que isso se sustente no restante do ano. Eles mantiveram a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 34,50, alta de 15,8% ante o fechamento de terça-feira (9). Já o lucro líquido de R$ 89,4 milhões da Porto Seguro ficou 70,5% abaixo das expectativas de R$ 303 milhões. “Esperávamos que a alta da Selic ajudasse, mas isso não aconteceu”, afirmaram. Mas mantiveram a recomendação de compra com preço-alvo de R$ 24,60, alta de 13%.

MERCADOS
Resultado fraco derruba XP

A XP Inc informou na terça-feira (9) que seu lucro líquido ajustado foi de R$ 1,04 bilhão, avanço de 1% na comparação com o mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado, que mede o resultado operacional, ficou em R$ 1,2 bilhão, queda de 2%. Já a margem Ebitda ajustada ficou em 35,4%, queda de 5,8 pontos percentuais. A receita líquida cresceu 14%, para R$ 3,4 bilhões. O resultado não agradou os investidores. Na quarta-feira (10), os papéis da XP chegaram a recuar 14,3% na mínima do pregão na Nasdaq.