Os custos e despesas operacionais da Azul totalizaram R$ 2,267 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 29,7% ante o registrado em igual período do ano passado. Os custos da companhia no trimestre foram pressionados pelo preço do querosene de aviação.

Os gastos da Azul com combustível totalizaram R$ 737,2 milhões, 66,5% acima do registrado entre julho de setembro de 2017, refletindo principalmente a alta de 47,1% no preço do combustível por litro.

Na relação dos custos com combustível por ASK (assento-quilômetro oferecido), o aumento foi de 39,6%, com o efeito do preço do querosene sendo parcialmente compensado pela introdução dos A320neos na frota, tidos como mais eficientes na queima de combustível.

No trimestre, também aumentaram os custos e despesas da Azul com “arrendamentos mercantis de aeronaves e outros”. Nessa linha, os valores somaram R$ 413,7 milhões, uma alta de 40,1% no comparativo anual, puxada pela depreciação de 25,1% do real ante o dólar e pelo aumento na quantidade média de aeronaves em arrendamento operacional (de 115 para 120).

Já os gastos com salários e benefícios subiram 12,5% ante o terceiro trimestre de 2017, para R$ 369,9 milhões, com a expansão de 19,3% na capacidade (ASK) e com o aumento de 2,5% nos salários devido aos acordos de negociação coletiva com sindicatos.

Alavancagem

A alavancagem da Azul, medida pela relação dívida líquida ajustada e Ebitdar (lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação, amortização e custos com leasing de aeronaves), atingiu 4,2 vezes no terceiro trimestre de 2018, ante 4,0 vezes no trimestre imediatamente anterior. Conforme a companhia, essa elevação frente ao segundo trimestre decorre principalmente da depreciação do real no período.

A dívida líquida ajustada da aérea reflete a capitalização de arrendamentos operacionais, correspondentes a 7 vezes do aluguel dos últimos 12 meses.

O total de empréstimos e financiamentos ajustados atingiu R$ 13,432 bilhões no trimestre, 5,7% acima do visto no segundo trimestre e 22,8% superior na comparação anual.

A dívida bruta da aérea se reduziu em R$ 99,6 milhões desde o segundo trimestre e alcançou R$ 3,512 bilhões ao final de setembro. Conforme a empresa, essa redução reflete principalmente o pagamento de financiamentos no valor total de R$ 223,9 milhões, o que foi parcialmente compensado pela depreciação de 3,8% do real entre 30 de junho de 2018 e 30 de setembro de 2018.

No fim do terceiro trimestre, o prazo médio da dívida da Azul era de 4,0 anos. O custo médio da dívida em reais era de 6,8%, e da dívida em dólares, de 5,0%. Levando em conta as operações de swap, aproximadamente 67% da dívida total da Azul e 99% da dívida não relacionada a aeronaves estavam denominadas em reais.

A Azul encerrou o trimestre com R$ 4,117 bilhões em caixa, equivalentes de caixa, aplicações financeiras circulantes e não circulantes e contas a receber, 7,2% acima do verificado no fim de junho. “Aproveitando dessa situação de liquidez confortável e alta qualidade do crédito, a Azul eliminou todas as restrições de caixa em 30 de setembro de 2018”, diz a empresa.

Em relatório que acompanha o balanço, a empresa destaca ainda que protegeu 100% do principal e juros da dívida de US$ 400,0 milhões emitida em 2017 contra o risco de variação cambial. Esse hedge resultou em um ganho líquido de R$ 226,9 milhões registrado como instrumento financeiro derivativo de longo prazo.

“O compromisso da Azul em minimizar a exposição cambial sobre sua dívida de capital de giro reflete o seu foco na entrega de resultados sustentáveis, reduzindo a volatilidade da moeda em sua demonstração de resultados e protegendo seus fluxos de caixa”, afirma a companhia.