A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) lançou nesta segunda (24) a edição 2021 da sua pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS). Ela mostrou que o custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo subiu 10,02% em um ano, a maior alta desde 2015.  

Quem sofreu mais foram os mais pobres. A Classe E viu o custo de vida subir 11,38%, enquanto a Classe A foi a que menos sofreu: alta de 9,09%. 

+Expectativa de 200 mil vagas em concursos para 2022; confira editais abertos

A disparada do preço do petróleo internacionalmente impactou os combustíveis e seus derivados, e contribuiu para que o grupo de transportes registrasse aumento de 20,61% em 2021. O etanol subiu 63,70%; a gasolina, 42,80%; e o óleo diesel, 41,43%. 

O petróleo também influenciou os aumentos de 38,05% no preço médio do gás de botijão e de 23,26%, do encanado.  

Por conta da estiagem que o País enfrentou e fez com que a bandeira tarifária mais alta vigorasse em boa parte de 2021, a segunda maior variação de preços do ano foi na energia elétrica residencial, que apontou alta anual de 25,82%. Com o acionamento das usinas termelétricas, os custos ficaram mais altos. 

O impacto dos custos da energia e dos transportes na cadeia produtiva, somado ao aumento do custo no campo, levou o grupo de alimentação e bebidas, que possui o maior peso no CVCS, apontar elevação anual de 7,26% abaixo, porém, dos 10,90% observados em 2020. Apesar da variação menor, o impacto para o consumidor continua alto, sobretudo por conta do aumento de 10,07% nas carnes, 13,25% na farinha de trigo e 10,22% nos leites e derivados.

Impacto menor da inflação

Para a Fecomercio, os resultados do mês de dezembro, que mostram um recuo da variação do custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo, mostram que a inflação vai perder força em 2022.  As chuvas também podem fazer com que as safras sejam melhores e combinadas com as taxas de juros maiores, que devem frear a demanda, tendem a empurrar os preços para baixo em 2022. 

“Entretanto, é importante lembrar que o Brasil ainda convive com 13 milhões de desempregados. Por isso, qualquer avanço de preços, sem grandes oportunidades no mercado de trabalho, terá um efeito socioeconômico danoso para as famílias, que, em grande parte, não conseguem recompor as perdas causadas pela inflação”, disse a FecomercioSP em nota.