Um grupo de curdos lançou nesta sexta-feira pedras contra os blindados de uma patrulha russo-turca, que atropelaram e mataram em sua passagem um dos manifestantes opostos à presença militar da Turquia no nordeste da Síria.

Um pequeno grupo de curdos se reuniu perto da localidade de Maabda, não muito longe da fronteira com a Turquia, e lançou pedras e sapatos contra o comboio, informaram correspondente da AFP no local.

Um dos veículos militares atropelou um jovem, que foi levado a um hospital da cidade vizinha de Derek. “Morreu de uma hemorragia interna”, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

A Turquia lançou em 9 de outubro uma ofensiva no norte da Síria para afastar de sua fronteira a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG).

A operação foi suspensa após um acordo negociado por Ancara, primeiro com Washington, e depois com Moscou em 22 de outubro, embora continue havendo combates esporádicos.

Em virtude do acordo com Moscou, as forças curdas abandonaram suas posições na fronteira e o exército turco e o russo começaram a patrulhar conjuntamente.

Os habitantes curdos se opõe à presença militar turca no nordeste da Síria.

A ofensiva matou dezenas de civis e deixou milhares de deslocados. Com essa operação, a Turquia tomou o controle na sua fronteira de uma faixa de território de 120 km de extensão e 30 de largura, da cidade de Tal Abyad até Ras al Ain.

No longo prazo, Ancara deseja estabelecer uma “zona de segurança” no norte sírio, com o objetivo de instalar ali dois milhões de sírios refugiados na Turquia.

A intervenção de Moscou, aliado do regime sírio, foi decisiva para manter o cessar-fogo. Aconteceu depois de uma aproximação inédita entre as forças curdas e o regime, que mobilizou seu exército nas regiões do norte sírio que não controlava há anos.

Desde 2011, a guerra na Síria deixou mais de 370.000 mortos e milhões de deslocados.