A União Europeia se reúne nesta quinta-feira (25) para discutir os múltiplos problemas que o bloco enfrenta devido à pandemia de covid-19, depois que o mundo recebeu notícias encorajadoras da Pzifer sobre a eficácia de sua vacina em condições reais.

O mundo espera que as vacinas interrompam a pandemia, enquanto as campanhas estão mais lentas do que o esperado.

Na União Europeia (UE), o atraso na distribuição das preciosas doses tem sido fonte de descontentamento e nesta quinta-feira os líderes do bloco vão realizar uma cúpula virtual para tentar resolver o problema e também lidar com os polêmicos fechamentos de fronteiras ordenados em decorrência do aparecimento de novas cepas.

Apenas 4% da população da UE recebeu pelo menos uma dose da vacina, de acordo com um balanço da AFP, e apenas 2% da população foi vacinada com ambas as doses.

Ainda assim, os países europeus esperam que o fornecimento dos imunizantes dos laboratórios Pfizer/BioNTech e Moderna se acelere em abril, graças ao aumento da produção de ambos as fabricantes.

Além disso, a vacina da Johnson & Johnson pode ser aprovada no bloco em meados de março.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a meta é que 70% dos adultos da UE sejam vacinados até meados de setembro.

Os líderes europeus também terão que lidar com a espinhosa questão do fechamento de fronteiras e a possibilidade de estabelecer um sistema de “passaporte de saúde” para permitir a livre circulação dentro da UE, uma ideia defendida pelos líderes da Áustria e da Bulgária, mas que em princípio França e Alemanha se opõem.

“Queremos voltar à normalidade o mais rápido possível, recuperar nossas vidas e o máximo de liberdade”, tuitou o chanceler austríaco, Sebastian Kurz.

– Eficácia provada –

Ainda assim, notícias recentes sobre a eficácia das vacinas da Pfizer e Johnson & Johnson e os avanços da Moderna na criação de um imunizante específico contra a variante detectada na África do Sul geraram esperança em um mundo esgotado pela pandemia e suas restrições.

Um estudo publicado no New England Journal of Medicine, baseado em dados de cerca de 1,2 milhão de pessoas em Israel, onde 52% da população recebeu pelo menos uma dose do imunizante, confirmou a eficácia da vacina da Pfizer em condições reais.

De acordo com o estudo, a vacinação reduziu os casos sintomáticos da covid-19 em 94%, os casos graves da doença em 92% e as hospitalizações em 87%.

“Esta é a primeira evidência revisada por pares da eficácia de uma vacina em condições reais”, declarou à AFP Ben Reis, um dos co-autores do estudo.

Também se mostrou eficaz contra a possibilidade de infecção (e não apenas contra o desenvolvimento de sintomas).

Essa é uma informação crucial, pois pode indicar que pessoas vacinadas não transmitem o vírus, mas isso deve ainda ser confirmado.

Por outro lado, as autoridades dos Estados Unidos confirmaram que a vacina de dose única da Johnson & Johnson também é eficaz contra as formas graves da covid-19, incluindo contra as variantes do novo coronavírus, de acordo com dados de ensaios clínicos.

Enquanto isso, a americana Moderna anunciou que está pronta para realizar testes em humanos de uma vacina contra a covid-19 desenvolvida especificamente para a cepa detectada na África do Sul.

– Atenção à “covid longa” –

Mas, apesar das boas notícias que vêm do campo da pesquisa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não para de reiterar seus apelos para que os países não baixem a guarda diante de uma pandemia que já ceifou quase 2,5 milhões de vidas e infectou pelo menos 112,5 milhões de pessoas.

Nesta quinta-feira, a OMS alertou que a chamada “covid longa” deve ser uma “clara prioridade” para todas as autoridades sanitárias.

A “covid longa” faz com que os pacientes apresentem sintomas como fadiga extrema, dificuldades respiratórias ou problemas neurológicos e cardíacos, às vezes muito graves durante meses, e suas causas ainda são desconhecidas.

E, economicamente, as consequências da pandemia continuam. A gigante cervejeira belgo-brasileira AB Inbev, número um mundial do setor, conhecida pelas marcas Budweiser, Stella Artoise e Corona, anunciou que em 2020 registrou um lucro líquido de 3,8 bilhões de dólares, metade do resultado de 2019, por causa do fechamento de bares e restaurantes e das medidas de confinamento e toque de recolher.

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