Estamos vivenciando uma revolução na saúde. A transformação digital que já tomou conta da maior parte dos setores da economia mundial começou a permear os diversos âmbitos da medicina, revolucionando desde planos de saúde até os atendimentos médicos. Com mais tecnologia, todo o setor passa a ter mais dados nas mãos, contribuindo com atendimentos mais assertivos, prevenções e até na precificação dos serviços. A inteligência artificial (IA) entra nessa com algoritmos que ajudam a gerar insights proativos. São coadjuvantes de respeito em diagnósticos precoces e nos tratamentos de curto a longo prazos, já que o protagonismo ainda está com os médicos.

O mercado global de IA para saúde deve alcançar US$ 20 bilhões neste ano, podendo chegar a US$ 187 bilhões até 2030, conforme dados do Statista. Já o de big data dedicado à medicina foi avaliado em US$ 33 bilhões em 2021, com perspectiva para em 2030 totalizar US$ 105 bilhões, segundo relatório da Straits Research. Ambos setores com grande potencial e que no Brasil já estão sendo explorados por empresas como o Grupo Dasa e o Hospital Israelita Albert Einstein.

O Grupo Dasa escolheu ninguém menos que o Google para auxiliá-lo em sua jornada de transformação digital, em uma parceria estratégica de coinovação de cinco anos que visa tornar real a visão da empresa para ser mais digital, personalizada, conveniente e centrada nas pessoas. Tudo isso será possível por meio da implementação dessas tecnologias. O projeto vai contribuir para a base de 5,5 milhões de pacientes e 34,5 mil médicos que utilizam a plataforma Nave, de propriedade do grupo. É uma solução completa que integra exames, consultas, vacinas e, o mais importante, faz o acompanhamento de dados e informações dos pacientes, destinado a facilitar e otimizar os atendimentos médicos. A parceria ajudará a habilitar o desenvolvimento de novas funcionalidades e melhorias para torná-lo um grande hub de saúde. “A ideia é reduzir a fragmentação do setor”, disse à DINHEIRO Danilo Zimmermann, diretor-geral de Tecnologia e Transformação Digital do Grupo Dasa.

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“A tecnologia tem o potencial para contribuir de forma decisiva para um ecossistema de saúde melhor” Leonardo Vedolin, CMO do Grupo Dasa.

Fragmentação que prejudica um funcionamento mais otimizado do setor, sendo que as bases de clientes, cadastros e outras informações ficam descentralizadas em servidores diferentes, atrapalhando o trabalho dos médicos. Assim, nem sempre o histórico do paciente está disponível por completo. “A interoperabilidade ainda é um grande desafio”, afirmou.

Uma base médica integrada sempre pareceu mais próxima de utopia do que da realidade, mas com os últimos avanços tecnológicos em big data e IA o cenário se torna mais factível. Para Leonardo Vedolin, diretor-geral médico e de cuidados integrados do Grupo Dasa, a tecnologia tem o potencial para contribuir de forma decisiva para um ecossistema de saúde melhor. “E de empoderar tanto o médico como o paciente com informações, tornando essa relação mais frutífera”, afirmou.

SAÚDE PÚBLICA Um exemplo prático da proximidade dessa conjuntura está no Hospital Israelita Albert Einstein. A instituição utiliza soluções baseadas em ferramentas de inteligência artificial em mais de 80 projetos, com uma área focada no tema há mais de seis anos. “Nosso trabalho é avaliar as possibilidades baseadas em análise avançada de informações na rotina da medicina”, disse Edson Amaro, superintendente de Ciência de Dados e Big Data Analytics do Einstein. Um dos projetos busca utilizar IA para diagnóstico de doenças em pacientes do SUS. A iniciativa, denominada Banco de Imagens, permite que 80 centros de diagnóstico tenham acesso a exames como raio-X e tomografia analisados por meio de algoritmos complexos de IA, com a intenção de auxiliar no diagnóstico de doenças como tuberculose, alterações secundárias ao vírus da zika, além de câncer de pele por meio de fotos dos pacientes. Com a expansão da base nacional de exames de imagens no País é possível resolver dois importantes problemas: a inexistência de uma plataforma que consolide os exames realizados no SUS e a dificuldade no diagnóstico de algumas doenças.

US$ 105 bilhões é quanto pode alcançar o mercado global de big data no setor

US$ 187 bilhões será o total atingido pelo mercado global de inteligência artificial
em medicina

A plataforma pode ser utilizada em qualquer tipo de aparelho celular, de forma descomplicada: basta enviar uma foto do exame, que imediatamente o algoritmo identifica os possíveis diagnósticos, exibindo as probabilidades de determinada doença, apontando o local onde ela se encontra e qual é a alteração, além de sinalizar outras patologias que podem estar relacionadas. Pedro Vieira, coordenador médico de Inteligência Artificial do Albert Einstein, disse que “a iniciativa fortalece a interoperabilidade de imagens médicas do SUS, podendo ser utilizada para desenvolver novos algoritmos”. A revolução tecnológica da saúde chegou. E quem mais ganha com ela? Nós! A pessoa comum.

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