Uma estatal cubana e uma companhia privada britânica se juntaram para criar uma empresa de biotecnologia, segundo anúncio feito nesta segunda-feira (3) em Havana. Enquanto isso, o governo dos Estados Unidos segue intensificando suas sanções contra entidades estrangeiras que negociam com a ilha.

A Biofarma Innovations, formada pela BioCubaFarma e a SG Innovations Ltd., ficará sediada no Reino Unido. De acordo com o comunicado divulgado, seu objetivo é permitir o desenvolvimento e a comercialização na Europa de medicamentos patenteados em Cuba,incluindo alguns usados no tratamento da COVID-19.

A fundação da empresa cubano-britânica acontece dias depois do Departamento do Tesouro dos EUA incluir o Havin Bank International, único banco cubano no exterior, com sede em Londres, na lista de empresas proibidas de negociar com companhias norte-americanas.

O presidente da Biofarma Innovations será o britânico David Triesman, que é um dos diretores do Havin Bank, conforme consta no site do grupo de negócios e investimentos Salamanca Group, do qual Triesman também é diretor.

“Em um momento em que as demandas no setor de saúde são maiores do que nunca e a necessidade de novos medicamentos é mais urgente, estou extremamente empolgado com a contribuição que essa nova empresa pode dar”, disse Triesman, citado pelo jornal oficial cubano Granma.

O grupo BioCubaFarma possui empresas que desenvolvem e comercializam medicamentos e vacinas contra o câncer e outras doenças. Já formou empreendimentos conjuntos com China, Espanha, Tailândia e Cingapura.

Assim que assumiu o cargo em 2017, o presidente republicano Donald Trump reverteu a política de aproximação promovida por seu antecessor, o democrata Barack Obama. Ele apertou o embargo que Washington aplica contra Havana desde 1962, com medidas que impedem a ilha de comprar combustível, além de possibilitar ações judiciais nos tribunais dos EUA contra empresas estrangeiras que usam bens nacionalizados pela revolução de Fidel Castro em Cuba.

A Casa Branca acusa o governo cubano de oprimir seus cidadãos e de apoiar militarmente Nicolás Maduro na Venezuela, e busca penalidades para derrubar o socialismo na ilha. Cuba rejeita as acusações e considera as medidas “genocidas”.