O Banco Central regulou na segunda-feira 4 como será a implementação do projeto de open banking no Brasil. O conceito obriga os grandes bancos a compartilhar dados de seus clientes com outras instituições financeiras, abrindo a possibilidade de maior concorrência na oferta de serviços e o avanço das fintechs. A troca de informações, no entanto, só pode ser feita com a permissão do cliente pessoa física ou jurídica. O projeto ocorrerá em quatro fases. Mesmo com a pandemia, a primeira deverá ser cumprida até 31 de novembro deste ano, e contempla a acesso ao público a informações sobre canais de atendimento, produtos e serviços. Depois virá a troca de dados dos clientes. A terceira fase inclui serviços de “iniciação de transação de pagamentos” e “encaminhamento da proposta de operação de crédito entre instituições financeiras”. Por fim, em outubro de 2021, haverá a expansão de escopo de dados, para abranger operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência complementar aberta. O BC e o Conselho Monetário Nacional também estabeleceram as regras para a duplicata eletrônica, que pode facilitar o compartilhamento de informações sobre esses recebíveis entre detentores de duplicatas e financiadores. É outra medida que visa a dar mais segurança e transparência ao sistema, além de favorecer a competição e a redução dos spreads nas operações com esses títulos de créditos.

BALANÇO
Lucro do Itaú cai 43,1%

Último dos três grandes bancos privados brasileiros a anunciar o resultado do primeiro trimestre, o Itaú Unibanco registrou lucro líquido recorrente de R$ 3,912 bilhões no período — queda de 43,1% frente ao primeiro trimestre de 2019. A carteira de crédito expandida teve avanço de 18,9% em um ano, para R$ 769,216 bilhões. O banco também registrou inadimplência de 3,1% ao fim de março, equivalente a 0,1 ponto acima do fim de 2019. Em conjunto, os lucros de Itaú, Bradesco e Santander somaram R$ 11,518 bilhões, uma queda de 30,6%. Mas a expectativa é de que os maiores impactos da crise do novo coronavírus sejam sentidos no segundo trimestre.

ESTÍMULO
Fed aporta US$ 51 bi em fundos

Desde o início da crise da Covid-19, bancos centrais já direcionaram US$ 93,8 bilhões a fundos para evitar riscos sistêmicos, segundo a agência de análise de riscos Fitch. A lista é liderada pelo Federal Reserve, dos EUA, com aporte de US$ 51 bilhões. Pela primeira vez, o Fed realizou a compra de fundos em bolsa, intermediada pelo BlackRock. Tailândia (US$ 31,2 bilhões), Índia (US$ 6,6 bilhões) e Colômbia (US$ 5 bilhões) vêm a seguir. A preocupação desses países, segundo a Fitch, é o mercado de gestão de investimentos possuir US$ 55 trilhões em ativos, 64% do PIB mundial. Em 2008, eram US$ 24 trilhões, o equivalente a 38% do PIB na época da grande crise financeira.

SEGUROS
Porto Seguro espera mais sinistros no segundo semestre

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Durante anúncio de resultados do primeiro trimestre, a Porto Seguro indicou que espera um aumento de sinistros na segunda metade do ano devido aos impactos econômicos da pandemia. Nos primeiros três meses de 2020, o lucro da seguradora caiu 23,8%, para R$ 228,4 milhões, em relação ao mesmo período de 2019. Já as receitas totais subiram 3,7%, para R$ 4,5 bilhões, com destaque para o aumento de 19,6% nos prêmios auferidos em saúde. Apenas o seguro de automóvel registrou queda de prêmios, de 2,8%, reflexo da baixa atividade na venda de automóveis novos e de menos pessoas renovando os seus seguros.

RESULTADOS
BB Seguridade tem lucro 12,9% menor

A BB Seguridade anunciou queda de 12,9% no lucro do primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2019, para R$ 882,7 milhões. Segundo a holding de seguros, previdência e capitalização do Banco do Brasil, o resultado foi impactado por prejuízo da Brasilprev e pela perda de contribuição recebida da resseguradora IRB Brasil, da qual vendeu participação em 2019. A companhia também percebeu, no fim de março, um aumento dos resgates nos planos de previdência, que subiram para 9,4% no trimestre, contra uma média de até 8%, antes da crise.

PREVIDÊNCIA
Petrobras vai parcelar R$ 2 bi da Petros

A Petrobras informou na terça-feira 5 que vai postergar e parcelar pagamento de R$ 2,02 bilhões relativo a benefício na reestruturação dos planos geridos pela Petros, fundo de pensão de seus funcionários. A expectativa anterior era de pagamento à vista. Segundo a empresa, o motivo é “a preservação do caixa da companhia neste momento”, que sofre com a queda de demanda e os baixos preços do petróleo. A Petrobras vai arcar com contribuições extraordinárias ao longo da existência dos planos, em valor estimado em R$ 13,6 bilhões, conforme o anunciado em março.