Os investimentos no Brasil devem seguir estagnados ou com alta muita lenta até o início de 2022 e devem ser agravados pela crise política e hídrica. A avaliação é de especialistas da Faculdade Getúlio Vargas (FGV), segundo o jornal Estado de São Paulo.

O Indicador de Intenção de Investimentos medido pela FGV subiu ligeiramente no terceiro trimestre deste ano, mas os setores de serviços (110,9 pontos) e construção (103,6 pontos) seguem abaixo dos níveis registrados antes do início da pandemia de Covid-19. O número é maior na indústria (129,2 pontos), mas houve recuo em relação ao primeiro trimestre deste ano (132,8 pontos). Indicadores acima dos 100 pontos mostram que há mais empresas relatando alta em investimentos do que queda.

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No entanto, segundo dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados no início deste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os investimentos caíram 3,6% em relação ao primeiro trimestre do ano. A taxa de investimentos de 18,2% é inferior aos 32,9% registrados em países emergentes e também está abaixo dos 22% das economias desenvolvidas, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para Rodolpho Tobler, responsável pelas sondagens de confiança empresarial da FGV, consultado pelo Estadão, há expectativa para um cenário de baixo crescimento.

Entre os fatores que justificam cautela em relação aos investimentos no Brasil constam o elevado desemprego, a aceleração da inflação e a crise hídrica. Esses fatores devem segurar o consumo e frear o crescimento econômico.

Com a retração do PIB no segundo trimestre, as previsões de crescimento econômico para este ano foram reduzidas em torno de 5%, mas a expectativa para 2022 é de aumento entre 1% e 2%, o que deve frear o ritmo de investimentos.

Para o ministro da economia, Paulo Guedes, a economia deve recuperar-se puxada pelo setor de investimentos.