O copresidente do Conselho de Administração do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, comparou a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus como um “meteoro”. “A crise foi uma surpresa total como um meteoro chegando à Terra e não tem paralelo com nada que eu vivi”, disse ele, durante live do banco.

Setubal destacou ainda que a origem da crise também é completamente diferente, uma vez que não começou no sistema financeiro. “Normalmente, as crises começaram no sistema financeiro de alguma forma. Aqui não, é outra questão, da saúde”, afirmou, acrescentando que a crise atual é “muito preocupante”.

Para ele, não há clareza quanto ao término da crise, que pode se arrastar por dois anos, considerando o prazo de retomada.

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Setubal acredita que não será possível vencer os impactos da pandemia até que a vacina esteja disponível para bilhões de pessoas no mundo.

Mais frágil do que na crise de 2008

O copresidente do Conselho de Administração do Itaú Unibanco afirmou que o a situação da economia brasileira hoje é muito mais frágil do que na crise de 2008. O fator positivo é o patamar baixos dos juros, que, na quarta-feira, 6, sofreram novo corte, uma vez que facilita a rolagem das dívidas no cenário atual.

“O Brasil tinha uma situação macroeconômica em geral muito melhor. Hoje, temos mais dívida pública, mais alavancagem da economia, estamos muito mais frágeis”, resumiu Setubal.

Ele destacou ainda que a crise atual é diferente de 2008, quando a origem da turbulência foi no sistema financeiro com o caso americano. De la para cá, o sistema, conforme Setubal, reforçou sua solidez e hoje está mais bem preparado para enfrentar a crise.

Para o executivo, o Brasil tem de observar o que está acontecendo na China e Europa, que estão alguns meses à frente do País em relação à saída da pandemia e como a recuperação está correndo. “Temos vantagem de observar um pouco outros países que estão a nossa frente em relação ao ciclo do novo coronavírus. Vejo nossa economia em recuperação e nada de diferente dos demais países”, avaliou.