A manhã desta terça-feira (16) registrou forte queda no valor das criptomoedas como consequência do pacote de infraestrutura de U$ 1 trilhão assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta segunda (15). A principal desvalorização foi do Bitcoin, cujo valor caiu 9% e ficou abaixo de U$ 60 mil.

A maior moeda digital do mundo estava com preço de U$ 66 mil na segunda (15) – sua máxima histórica é de U$ 69 mil. Já o Ethereun (ether), Binance Coin e Solana (SOL) desvalorizaram entre 5% e 10%.

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De acordo com o jornal inglês Independent, o mercado geral de cripto caiu mais de U$ 200 bilhões nesta manhã e atingiu U$ 2,6 trilhões, apesar de ter atingido seu recorde de U$ 3 trilhões na semana passada.

Há algumas possíveis explicações ao cenário financeiro digital: a principal é o projeto de infraestrutura dos Estados Unidos, que prevê a declaração de impostos sobre criptomoedas. Além disso, os corretores de criptomoedas devem revelar quem são seus clientes. Outra regra é a exigência de declaração para quem comprar mais de U$ 10 mil em ativos digitais. O temor do mercado é em relação à dificuldade tributária dos corretores de criptomoedas e uma possível perda de lucro a longo prazo dos investidores.

Outro fator que pode ter contribuído é a proibição do governo chinês à mineração de criptomoedas, em setembro deste ano. O Banco do Povo, banco central da China, informou que minerar e negociar qualquer ativo digital está expressamente proibido. A ideia de banir as criptmoedas da economia é valorizar o yuan digital, aposta do governo para internacionalizar seu mercado financeiro sem perder controle sobre a atividade. Também são citadas como argumento a lavagem de dinheiro, a emissão de carbono e o jogo ilegal.

“A mineração causa grande consumo de energia e emissão de carbono. Nâo tem impacto ativo para liderar o desenvolvimento da indústria ou o progresso científico”, disse à CNBC o porta-voz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) da China, Meng Wei.

Outro fator que pode ter levado à queda das criptomoedas é a notícia publicada pelo Wall Stret Journal, que afirma que o CFO do Twitter, Ned Segal, acredita não fazer sentido investir em ativos digitais como o Bitcoin devido à volatilidade dos preços.