O chefe-adjunto do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Renato Baldini, afirmou nesta sexta-feira, 26, que há uma tendência de recuperação gradual do crédito que é observada desde o segundo semestre de 2017. “O crescimento do crédito continua impulsionado pelo crédito livre”, acrescentou, ao apresentar as estatísticas referentes ao mês de março.

Conforme o BC, o saldo de crédito livre subiu 1,4% em março ante fevereiro e apresentou elevação de 11,5% nos 12 meses até março. Baldini pontuou que, em março, também ocorre uma sazonalidade: passado o carnaval, as empresas buscam mais crédito, o que eleva as operações com recursos livres.

O cenário para o crédito direcionado, porém, ainda é de dificuldades. Os dados do BC mostraram que, em março, o saldo de crédito direcionado mostrou estabilidade ante fevereiro. Nos 12 meses encerrados em março, há retração de 0,5%.

“Houve forte contração no crédito direcionado desde 2017, mas a tendência é de se caminhar para a estabilização”, comentou Baldini.

Ao tratar do crédito total (livre mais direcionado), Baldini pontuou que o avanço de 5,7% nos 12 meses até março é a maior desde janeiro de 2016, quando houve avanço de 6,2%.

Concessões

Os números do BC mostraram ainda que as concessões de crédito total subiram 4,4% em março. No caso do crédito livre, o avanço foi de 4,8%.

Baldini destacou que o avanço nas concessões ocorreu apesar de março ter tido um dia útil a menos que fevereiro, em função do carnaval. “Isso é esperado, por conta da maior procura das empresas por crédito a partir de março”, disse.

Se forem excluídas as modalidades de crédito rotativo (cartão e cheque especial), as concessões de crédito livre para pessoas físicas indicam alta de 20,8% em 12 meses. “Essa alta é um indicador que parece sólido de recuperação do mercado de crédito para pessoas físicas”, disse Baldini.

Crédito direcionado

O chefe-adjunto do Departamento de Estatísticas do Banco Central destacou também que o saldo de crédito direcionado segue decrescendo em 12 meses, mas o recuo tem sido menor.

De fato, os dados do BC mostraram hoje que nos 12 meses até março o crédito direcionado – aquele com recursos do BNDES e da poupança – cedeu apenas 0,5%. No caso específico das operações voltadas para as empresas (BNDES), esta baixa em 12 meses foi mais intensa, de 7,7%.

Baldini destacou, porém, que as concessões em 12 meses até março no crédito direcionado tiveram alta de 4,9%. Para as empresas, o recuo foi de apenas 0,1%.