O aumento de casos positivos de Covid-19 na capital paulista já reflete nas escolas da cidade. É o que revela uma pesquisa realizada pelo Conselho de Representantes dos Conselhos de Escola (CRECE Central) que mostrou um aumento significativo dos casos confirmados no interior das unidades educacionais.

A pesquisa aconteceu no período de 07 a 15 de junho e recebeu 522 respostas, dentre as 1.510 unidades da rede municipal de educação. Destas, 92,1% responderam que houve caso confirmado de Covid-19 nos últimos dias.

Segundo o levantamento, 46,6% das escolas com casos confirmados indicaram que não houve suspensão de atividades e 43,7% responderam que houve afastamento de uma ou algumas turmas. Apenas 6% indicaram que houve suspensão total das atividades e 3,3% disseram que apenas um dos períodos suspendeu as atividades.

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Sobre os afastamentos, 62,8% das unidades em que houve casos de Covid-19 informaram que foram afastados, para quarentena, os estudantes e os professores da turma em que houve confirmação. Já em 24,1% das unidades foram afastados apenas os professores, em 6,7% os alunos da turma e 6,5% disseram que foram afastados apenas os estudantes que testaram positivo.

Entre os contaminados, a pesquisa mostrou que os profissionais de educação são 47,1% dos casos positivos das unidades. Em relação às máscaras na unidade educacional, 65,1% dos entrevistados responderam que alguns funcionários e/ou professores continuam utilizando máscaras.

“Nossa escola tem pouquíssimos funcionários para realizar a limpeza de todos os espaços. Está muito difícil manter os ambientes próprios para receber tantas pessoas em três turnos. Os estudantes raramente usam máscaras, mesmo com nossa orientação, e o posto não tem realizado o teste em todos os sintomáticos que procuram a unidade”, disse uma das entrevistadas.

Em comunicado, o CRECE Central destacou que a máscara é uma das medidas de proteção mais simples. “Nos causou estranhamento que as escolas municipais não estejam enquadradas como locais de utilização obrigatória de máscaras. Evidências demonstram um aumento constante das infecções no ambiente escolar, com diversos casos de suspensão de aulas em turmas e até períodos inteiros”, completa.

Suspensão de aulas

Nesta semana, a prefeitura da cidade de São Paulo publicou uma portaria recomendando que as aulas na rede pública municipal não sejam suspensas, mesmo após a confirmação de algum caso de Covid-19. Até então, cada escola vinha adotando um critério diferente em caso de confirmação de casos.

Agora, a nova portaria define que serão afastados apenas os alunos que testarem positivo para a doença. Já os alunos que estão assintomáticos poderão continuar frequentando as aulas, mas serão monitorados pela instituição de ensino por 14 dias.

O uso de máscara continua sendo opcional nas salas de aula, embora seja recomendado, principalmente, em ambientes fechados. As escolas só devem obrigar o uso, pelo prazo de 14 dias, quando forem constatados ao menos dois casos de covid-19. Até o fechamento desta matéria a prefeitura não havia se manifestado sobre a pesquisa.