A companhia estatal de petróleo da Venezuela, a Petróleos de Venezuela (PdVSA), deve ser impedida de drenar recursos de sua subsidiária americana Citgo, segundo papéis judiciais apresentados na noite de segunda-feira nos EUA por um credor que busca US$ 1,4 bilhão do país sul-americano. A mineradora canadense Crystallex International solicitou a um juiz federal de Delaware que impeça que a PdVSA pegue dinheiro ou transfira ativos da Citgo, refinaria de petróleo dos EUA que é da companhia venezuelana.

A Crystallex pediu que o magistrado impeça a PdVSA de “fazer quaisquer transferências”, ou outras medidas como a redução dos ativos, “direta ou indiretamente”, por qualquer montante inferior ao considerado justo. O pedido eleva a pressão legal e financeira sobre a PdVSA, principal motor da economia venezuelana, num momento em que investidores mostram-se cada vez mais céticos sobre a chance de o país honrar seu serviço da dívida por muito mais tempo. A Venezuela e a PdVSA juntos têm aproximadamente US$ 8 bilhões em dívida que vence no próximo ano e outros US$ 7,9 bilhões no seguinte.

Um porta-voz da Citgo não quis responder imediatamente a um pedido de declaração.

Autoridades venezuelanas afirmaram que pretendem fazer um pagamento de US$ 2,1 bilhões de um bônus nesta semana, mas investidores mostram-se cada vez mais concentrados na crise econômica e na redução das reservas em moeda estrangeira. A inflação descontrolada, a falta de produtos básicos e a crise política abalam o país de cerca de 30 milhões de pessoas, que tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo.

O presidente Nicolás Maduro tem priorizado o pagamento de dívida com os credores estrangeiros, em meio a dificuldades de liquidez. Autoridades do governo temem que um default possa atrapalhar o controle do governo e que isso pudesse afetar o controle da PdVSA, que gera quase toda a moeda estrangeira de que o país necessita para suas importações.

A Crystallex, por sua vez, enfrenta a PdVSA para garantir uma arbitragem de US$ 1,2 bilhão contra a Venezuela por causa de nacionalizações feitas durante o governo do ex-presidente Hugo Chávez. Para conseguir receber o dinheiro, determinado por decisão de um tribunal federal americano no mês passado, a Crystallex busca agora o controle da Citgo, segundo uma fonte ligada ao assunto. Fonte: Dow Jones Newswires.