Depois de seis meses de investigação, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 chega a seu dia derradeiro nesta terça-feira (26) com a apreciação do relatório produzido pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). Os 11 titulares da comissão votam nominalmente, a partir das 10h (de Brasília) se aprovam ou rejeitam as acusações a 78 pessoas, entre eles o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Bolsonaro pode ser acusado por nove crimes que somam até 38 anos de prisão, além da fala que associa a vacina contra o coronavírus ao desenvolvimento da Aids, o que deve ser incluído no relatório. Senadores governistas devem levar à votação pareceres alternativos para se contraporem ao relatório produzido por Calheiros.

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Os filhos de Bolsonaro também podem ser indiciados: o senador Flávio (Republicanos-RJ), o deputado federal Eduardo (PSL-SP) e o vereador carioca Carlos (Republicanos) são citados por incitação ao crime.

Com a aprovação do relatório, a investigação será encaminhada ao Ministério Público (MP), exceto eventuais crimes de responsabilidade do presidente, que serão encaminhados ao Congresso, único órgão com poder para julgar tal ação. Sobre a fala que liga a vacina com a Aids, a cúpula da CPI deve pedir ao ministro Alexandre de Moraes (STF) que inclua a investigação no âmbito do inquérito das fake news, em trâmite na suprema corte.