Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta terça-feira que as plataformas de redes sociais, cujos representantes forem convocados a prestar esclarecimentos na condição de testemunhas à comissão, podem passar a ser investigados pelo colegiado.

Na semana passada, o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou requerimentos de convocação dos representantes do Google, Facebook e Twitter no Brasil. Os pedidos, entretanto, ainda não foram votados pelo colegiado.

Nesta terça, Aziz disse que eles estão sendo convocados como testemunhas de crimes que estão sendo cometidos pela internet. “Prescrever medicamentos via Youtube, Instagram, Twitter, isso é um crime, um crime as pessoas estarem postando foto de coisas”, disse Aziz.

“Aliás, eles estão sendo convocados como testemunhas, mas poderão passar a ser sim investigados se assim a comissão decidir. Então é bom eles virem aqui e explicar direitinho que plataforma é essa que permite que, para uma doença tão difícil e tão dolorida para o Brasil, eles ainda permitam que as suas plataformas fiquem propagando medicamento que não tem nenhum tipo de resultado científico”, disse.

“Eles não estão vindo porque são nossos amigos não, não estão convidados para a festa”, completou o presidente da CPI.

Procurado, o Twitter disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comentará as declarações do presidente da CPI e, ao mesmo tempo, afirmou que tem adotado iniciativas para “proteger a conversa em torno da pandemia”, como atualização de regras sobre conteúdos potencialmente enganosos que possam expor as pessoas a riscos e inclusão de um link com informações confiáveis sobre Covid-19 na busca da plataforma.

O Facebook, por sua vez, informou que não comentará as declarações do presidente da CPI da Covid e o Google não respondeu aos pedidos por comentários.

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