Por Lisandra Paraguassu e Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) – A CPI da Covid no Senado aprovou nesta quarta-feira a convocação de nove governadores e do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, apesar das dúvidas de que o regimento permita essa convocação para apurar supostas irregularidades em Estados.

Os governadores convocados — Wilson Lima (PSC), do Amazonas; Helder Barbalho (MDB), do Pará; Carlos Moisés (PSL), de Santa Catarina; Antonio Denarium (sem partido), de Roraima; Valdez Góes (PDT), do Amapá; Marcos Rocha (PSL), de Rondônia; Ibaneis Rocha (MSB), do Distrito Federal; Mauro Carlesse (PSL), do Tocantins; e Wellington Dias (PT), do Piauí–, assim como Witzel, são de Estados onde aconteceram operações da Polícia Federal por suspeitas de desvios de recursos federais para combate à pandemia de Covid-19.

Covid-19: São Paulo confirma primeiro caso da variante indiana no país

Há dúvidas sobre se a CPI tem poder de convocar governadores, mas um acordo foi fechado com a ala governista para abranger a investigação do suposto desvio de verbas federais. Senadores pontuaram que, em casos anteriores, governadores convocados obtiveram liminares do Supremo Tribunal Federal (STF) para não comparecer, já que o Senado não teria poder para investigar os Estados.

Durante a sessão, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) fez questão de dizer que não havia concordado com o acordo que aceitou a convocação dos governadores, enquanto o governista Eduardo Girão (Podemos-CE) cobrava a convocação de prefeitos de capitais.

Em uma reunião antes do início da CPI, segundo o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), ficou acertado que prefeitos não seriam chamados.

tagreuters.com2021binary_LYNXNPEH4P16U-BASEIMAGE