O crescimento da capacidade instalada da CPFL Renováveis e sua estratégia de comercialização de energia levaram a companhia a registrar melhor desempenho no quarto trimestre do ano passado e um resultado histórico no exercício de 2017: o primeiro lucro desde sua Oferta Inicial de Ações (IPO, na sigla em Inglês), em 2013. A companhia anotou um lucro líquido de R$ 51,243 milhões entre outubro e dezembro, revertendo o prejuízo líquido de R$ 26,2 milhões do mesmo período do ano anterior. No acumulado do exercício, a companhia anotou um lucro líquido de R$ 19,6 milhões, ante uma perda de R$ 143,7 milhões em 2016. Com o resultado positivo, a companhia propôs a distribuição de dividendos de R$ 3,6 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também apresentou avanço significativo, de 31,5% no quarto trimestre, para R$ 354,352 milhões, enquanto a margem Ebitda cresceu 6,2 pontos porcentuais, para 59,9%. Em 12 meses, o Ebitda totalizou R$ 1,22 bilhão, com alta de 23%, enquanto a margem subiu 2,1 p.p., para 62,4%.

A receita líquida da geradora de energia renovável do grupo CPFL Energia somou R$ 591 milhões entre outubro e dezembro, o que corresponde a um aumento de 17,8% frente o apurado nos mesmos meses de 2016. A receita totalizou R$ 1,959 bilhão em 2017, alta de 19% frente o ano anterior.

Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da CPFL Renováveis, Alessandro Gregori, afirmou que o desempenho reflete o início de operação comercial de novos projetos, desde o segundo semestre de 2016, e ainda a estratégia de descontratação de energia no mercado regulado para revendê-la no mercado livre, a um preço mais elevado. “Tivemos cinco anos de investimento intensivo, com grande crescimento de capacidade instalada e agora temos uma plataforma em operação relevante e isso tem resultado no lucro que conseguimos apurar em 2017”, disse.

Somente desde setembro do ano passado, a companhia aumentou seu portfólio em operação em 9,3% – ou de 2,4% desde dezembro -, para 2.102 MW, reflexo da entrada em operação dos complexos eólicos Campo dos Ventos e São Benedito, que acionaram suas máquinas gradualmente a partir de maio do ano passado até dezembro, ampliando em 231 MW a capacidade da companhia, e ainda do complexo eólico Pedra Cheirosa, de 48,3 MW, com entrada em operação em junho de 2017.

Esses projetos propiciaram um crescimento de 1,2% no montante energia gerada entre outubro e dezembro, para 1,878 gigawatts-hora (GWh), e de 3,5% no acumulado do ano, para 6,772 GWh.

A energia proveniente do projeto Pedra Cheirosa, que entrou em operação com 11 meses de antecipação em relação à sua obrigação contratual, foi negociada no mercado de curto prazo ao preço spot (Preço de liquidação das diferenças – PLD), que atingiu valores elevados no segundo semestre de 2017.

Além disso, como no terceiro trimestre, a CPFL Renováveis também se beneficiou de sua participação no Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits (MCSD) de energia nova, por meio do qual a companhia descontratou um volume total de 91,2 MW médios comprometidos junto às distribuidoras, liberando o montante para ser comercializado no mercado livre, a preços mais elevados.