A chamada covid longa, que é quando uma pessoa segue apresentando sintomas de covid meses após a infecção inicial, ainda é um mistério para a ciência. Mas um estudo britânico indicou que as vacinas contra o coronavírus estão ajudando as pessoas a apresentar melhora geral desses sintomas.

Na covid longa, infectados passam mais tempo do que o normal sentindo complicações da infecção causada pela covid-19. Os sintomas mais comuns de quem apresenta reações ao vírus são visão embaçada, sudorese noturna, vertigem, falta de ar, fadiga excessiva, dores musculares, confusões mentais, dor no peito, insônia, tosse, perda de olfato, lesões na pele, entre outras.

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O estudo feito no Reino Unido foi conduzido pelo grupo de apoio LongCovidSOS em conjunto com as universidades de Exeter e Kent. Nele, 57% dos participantes relataram melhoras nos sintomas após receberem uma dose da vacina contra a covid-19.

Não se sabe, no entanto, se essa melhora nos vacinados que tiveram covid longa é efeito direto da vacina, se é pela progressão natural da doença ou se é resultado de fatores psicológicos. Isso porque os cientistas coletaram informações de quase 900 pessoas que estavam com covid longa e relataram como se sentiam antes e depois da vacina. A maioria desses entrevistados é de mulheres (80%), brancas (91%) e com idade entre 31 anos e 65 anos.

Mais de 70% deles lidava com a doença por pelo menos 9 meses e 57% dos estudados indicaram melhora nos sintomas após a vacinação. Cerca de 7% dos participantes relataram piora ou mais sequelas com o estímulo imunológico causado pelo imunizante.

De acordo com a BBC, os cientistas agora querem descobrir o que está por trás desses fenômenos e um grupo de imunologistas da Universidade de Yale (EUA) investiga o que causa a covid longa: se são questões de persistência da doença causada por uma infecção viral mais resistente, ou se é o caso de uma doença autoimune.

Liderados pela imunologista Akiko Iwasaki, o grupo caminha em três sentidos para indicar qual a real causa da covid longa: se o caso envolve uma infecção viral persistente, então é possível que exista uma espécie de reservatório de coronavírus em algum lugar do corpo e que não é detectável em exames.

No caso da doença autoimune, a hipótese é a de que o vírus desencadeou um mecanismo autoimune no qual o sistema de defesa ataca o próprio corpo.

Já a terceira hipótese indica que fragmentos do coronavírus continuam no corpo atuando como “fantasmas virais” estimulando o sistema imunológicos e provocando inflamação constante.

Descobrir o que resulta a covid longa deve ajudar pacientes do mundo inteiro a encontrarem tratamento adequado contra a doença.