Mais de metade das pessoas que participaram de um estudo sobre o impacto do uso de equipamento de proteção individual desenvolveram dores de cabeça após a utilização prolongada e em 90% de quem já tinha histórico as crises agravaram.

Segundo o estudo, desenvolvido pela Sociedade Portuguesa de Cefaleias, 90% atribui o início destas crises ao uso destes equipamentos de proteção, nomeadamente óculos, viseiras e máscaras.

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Raquel Gil Gouveia, neurologista da Sociedade Portuguesa de Cefaleias, citada em comunicado, explica que a decisão de realizar este inquérito se deveu essencialmente ao aumento do número de queixas por parte de doentes que já tinham crises de cefaleias, mas também de doentes que desenvolveram estas crises apenas devido ao uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI).

O estudo envolveu cerca de cinco mil participantes. Cerca de 72% já tinham história de cefaleia regular, 62% com critérios de enxaqueca. Nesta população, mais de 90% dos doentes afirmou que as crises agravaram.

Segundo os resultados divulgados, cerca de 97% dos doentes tiveram um aumento da frequência de crises, 95% um aumento da duração e/ou intensidade e 92% responderam pior à terapêutica.

A especialista destaca que o aumento do número de crises “acaba por contribuir, também, para o aumento de incapacidade dos doentes, especialmente a nível laboral, local onde os doentes têm de estar permanentemente a utilizar um EPI”.