A variante Delta do SARS-CoV-2 (B.1.617.2), identificada pela primeira vez na Índia em outubro de 2020, já está presente em 135 países a nível global e 22 países e territórios na região das Américas.

Somente em julho de 2021, havia uma predominância global da variante em quase 90% das amostras a nível global. Segundo dados divulgados pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

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Delta no Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, 41 óbitos foram confirmados para a Delta e 1.020 casos da variante foram identificados e notificados no país até o dia 16 de agosto.

Dados da Rede Genômica da Fiocruz apontam que, entre os sequenciamentos de amostras feitas pelo sistema no Brasil, a variante corresponde a 22,1% dos casos sequenciados em julho. Em junho, o total era de 2,3%.

Com a expansão da Delta é importante saber como ela funciona e se é diferente de outras variantes que estavam presentes no país. Veja abaixo tudo que se sabe sobre:

Identificação da Delta é mais difícil?

O paciente com a variante Delta apresenta sintomas que parecem uma gripe e são semelhantes com outras variantes, como dor no corpo, coriza e tosse seca.

“A dificuldade neste momento é que os sintomas parecem, às vezes, com alergia e quadros respiratórios que muitas vezes as pessoas atribuem ao tempo frio”, explica Raquel Stucchi, infectologista professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

O teste é o mesmo?

Para Stucchi, os meios diagnósticos são os mesmos. “Tanto o RT-PCR, quanto a pesquisa de antígeno também. São os mesmo exames que usamos para identificar a Covid-19 e que fizemos nesses 18 meses”.

A orientação é de que qualquer pessoa com sintoma respiratório ou com qualquer quadro gastrointestinal como náuseas e diarreia procure um laboratório ou unidade básica para realizar os testes.

A Delta é mais transmissível?

Sim, a variante é mais transmissível. “No SARS-CoV-2 original, a transmissão era de duas para três pessoas (a cada paciente) e a variante Delta transmite para cinco a oito pessoas. Inclusive em ambientes abertos, o que não acontecia com outras variantes”, diz a infectologista.

Ela será predominante no Brasil?

A especialista prevê que a Delta deverá ser a predominante no Brasil, assim como ocorreu em outros países.

As vacinas estão respondendo à Delta?

“A variante Delta tem uma tolerância maior à vacinação. Então, a primeira dose de qualquer vacina é muito ‘ruim’ e confere quase nenhuma proteção contra a Delta. Precisamos ter a vacinação completa para diminuir o risco de adoecimento pela variante”, afirma Stucchi.

Vale lembrar que o uso de máscara, distanciamento social e higienização são eficazes para bloquear o vírus que causa a Covid-19, e todas as suas variantes.