Segundo estudo da USP (Universidade de São Paulo) e da Escola Paulista de Medicina, a Covid-19 pode afetar os rins. Cerca de 36% dos pacientes hospitalizados com sintomas graves da doença desenvolvem algum problema renal e sequelas.

As complicações do funcionamento do órgão podem persistir mesmo após a alta médica e deixar sequelas.

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“O paciente pode ficar com uma lesão renal importante, mas não no nível de uma necessidade de hemodiálise, uma terapia ou um transplante renal. Se a pessoa ficar, por exemplo, com os rins funcionando de 20% a 30%, é uma alteração importante e vai acabar trazendo problemas a longo prazo. Tenho pacientes que ficaram crônicos dependentes renais pós-Covid”, explica o nefrologista Henrique Carrascossi, especialista da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) em entrevista ao portal R7.

Ele aponta que, depois dos pulmões, os rins são os órgãos mais afetados pela doença e existem duas teorias para isso. A primeira é que ocorre uma lesão direta do vírus nas células renais, nos glomérulos ou nos túbulos renais. A outra é sobre como a infecção causada pela Covid-19 abala o sistema renina-angiotensina-aldosterona (que regula a pressão arterial e a quantidade de líquidos nos vasos do organismo), do qual os rins são dependentes.

Problemas nesse sistema alteram o fluxo de sangue nos rins, levando a um dano renal. Além disso, diabéticos e hipertensos, grupo de risco para a doença, também costumam ser afetados pelo funcionamento irregular do sistema. 

O médico afirma que muitas vezes a pessoa que tem os rins afetados não sente nenhum sintoma, porém é preciso ficar atento, pois há alguns sinais dados pelo corpo como inchaço, pressão desregulada, fraqueza, enjoo ou anemia.